Mark Cavendish perdeu a chegada da segunda etapa Tour do Qatar 2016 por uma diferença de um pneu para Alexander Kristoff.
Entre eles, havia uma diferença: Mark Cavendish vestia a camisa de Líder da prova e Alexander Kristoff usava um SkinSuit (macaquinho de contra-relógio) da sua equipe.
Testes mostram, que a diferença entre e arrasto aerodinâmico entre um macaquinho de contra-relógio e uma roupa comum de ciclismo (camisa e bretelle), fica entre 1,5 a 2%, em um contra-relógio de 1 hora, a 40km/h de média. Ou seja, em maiores velocidades, esse percentual será ainda maior.
Cavendish e Kristoff arrancaram faltando 200 metros para a linha de chegada e ficaram lado a lado durante boa parte do sprint. Vamos arredondar para 100 metros, para facilitar a conta. Se Cavendish estivesse com um SkinSuit, esses 2% lhe dariam 2 metros a mais de distância percorrida com a mesma wattagem exercida, cerca de 1,5 bike de vantagem.
Como a diferença entre eles foi de centímetros, a roupa, com certeza, fez diferença.
Após a cerimônia do pódio, Cavendish chegou a falar que a chegada foi tão apertada, que foi a “diferença entre estar de SkinSuit e a Camisa de Líder”, mas que ele estava “Satisfeito em estar vestido de líder”.
Muita gente gosta de dar uma de fortão e ficar com essa conversa de “o que importa é perna”… Quem é mais forte vence até usando um moletom e etc e tal. Mas no nível competitivo, as coisas são um pouco mais complexas do que isso. Esses ciclistas possuem um nível muito parecido e uma prova de 130km termina com a diferença de 1cm. Ou seja, qualquer micro-vantagem aerodinâmica faz uma diferença enorme. Podendo significar a vitória ou a derrota em uma prova.