Aqui está o quarto texto da coluna Em cima da bike. Aqui está o terceiro texto da Coluna “Em Cima da Bike”. Cliquem aqui para ler os textos anteriores:
- (Trabalho o dia todo, como me preparar para o Brasil Ride?),
- (Em Cima da Bike | Otimizando seu tempo nos treinos para o Brasil Ride)
- (Conciliando os imprevistos do dia-a-dia com o treinamento para o Brasil Ride)
Por Leo Michelstadter
Desde a volta máster de Inhumas que tenho dado pouco descanso ao corpo. Na semana que antecedeu a volta ciclística de Brasília tive mais treinos difíceis, principalmente na musculação. Em post anterior falei um pouco sobre o treino de força e dos seus efeitos. A perna fica pesada, lenta, qualquer esforço mais acentuado o corpo irá reclamar. E assim foi no primeiro dia volta.
Ela era separada em dois dias e três etapas. Sendo contra-relógio (TT) e circuito no primeiro dia e, no segundo, estrada. Dito e feito, já na arrancada para o TT minha perna ficou inchada, pesada e vi que não iria render nada. À tarde cometi um erro juvenil. Com 40 minutos de prova – pelotão compacto e sem muito estresse – resolvi arriscar em uma curva e tombo!!! Terminei a etapa e seguimos para o último dia (orgulho meio ferido, mas temos que entender o momento que estamos para não fazer cobranças desproporcionais).
A terceira etapa foi bem mais interessante, passei bem pelas duas subidas mais chatas e no final da prova sai em uma fuga com um ciclista de Goiânia. Ele me matou por 18 quilômetros. Na chegada em subida o motor deu pane, explodiu tudo e sobrei. Finalmente acabou e depois de um tempo uma semana inteira para descansar!!!
No final do último post prometi postar aqui meu macroplanejamento até o Brasil Ride (BR) e falar um pouco da importância de competir durante nossa preparação. Primeiramente, qual a relevância de participar de competições para um prova como o BR?
Tentando ser bem sucinto, vou dividir sua importância em três partes: planejamento, motivação e físico. Quando temos uma meta muito distante corremos o risco de nos perder durante nossa preparação (enxergo isso em todas as áreas na minha vida, com meus alunos de personal, estudos e assim vai). Sendo assim, para manter o foco, ao preparar meu planejamento crio metas de curto prazo.
Brinco com meus alunos que o dia da prova é o mais fácil, o difícil é fazer esse dia ficar fácil. Manter-se motivado para treinar é complicado – com o frio chegando e sendo o único horário de treino disponível 05:40 da manhã, ai piora bem.. hehehehe. Tendo metas de curto prazo trazemos objetivos interessantes para um horizonte de tempo mais próximo, nos estimulando e dando um gás em nossa motivação!!!
Por último o físico. Não tem jeito, competir é diferente de andar em um pelotão forte. Temos que nos forçar mais, passamos do nosso limite. Andar com pessoas mais fortes que você e tentar acompanhá-las (como eu fiz na fuga) “ensina” ao corpo um nível de sofrimento que só conseguimos nesses momentos.
Bem, agora vamos ao macroplanejamento. Quando ele foi montado faltavam 17 semanas para o Brasil Ride e estou no início do bloco 1 (era bloco dois, pois já passou o treino de força. Depois de uma conversa com o Marcelo Rocha e alguns ajustes, refiz a planilha). Com certeza teremos vários questionamentos e opiniões pessoais sobre essa estrutura, vou tentar me antecipar a algumas perguntas.
Primeiramente lembrem que um plano é montado para apenas uma pessoa, dificilmente ele poderá ser copiado, princípio da individualidade. Segundo ponto que pode chamar a atenção de alguns é o momento dos treinos de volume (ficar muito tempo em cima da bike). Muitos consideram que isso deve ocorrer mais próximo a prova, discordo um pouco.
Treinos de volume têm pouca relevância na melhora física (ganho de força, velocidade etc). Seu objetivo é ganhar quilometragem, acostumar a bunda, posição e, para mim o principal, o psicológico. Porém, ele tem alguns efeitos negativos pouco considerados. Esse tipo de treino nos deixa lentos e fracos – devido ao consumo energético altíssimo. A fadiga em ciclistas ocorre principalmente por falta de energia, combustível (comida, água). Antecipar esse momento dará ao corpo oportunidade para se recuperar.
O bloco 2 será outro momento complicado para as pernas. Treinos de potência na musculação são difíceis, os cambitos ficam destruídos. Por isso a predominância de treinos técnicos – subidas ritmadas, treino de ritmo de perna e por ai vai.
Por último os treinos mais doídos, voltar a ganhar velocidade nas pernas, explosão em cima da bike e por ai vai. Serão 5 semanas “desesperadoras”, de muitos tiros em subidas e retas. Esses treinos, apesar de curtos, são sofridos!!!! E ai pronto, duas semanas para zerar o corpo e chegamos ao objetivo final – espero que bem!!!
É isso turma, espero que tenham gostado. Daqui duas semanas volto com mais casos – esse final de semana tem mais uma etapa do campeonato brasiliense de ciclismo – e vou passar para vocês como os treinos indoor (bicicletas de spinning) podem ser produtivos e eficientes na nossa preparação.
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