Aqui está o terceiro texto da Coluna “Em Cima da Bike”. Cliquem aqui para ler o primeiro texto (Trabalho o dia todo, como me preparar para o Brasil Ride?) e o segundo (Em Cima da Bike | Otimizando seu tempo nos treinos para o Brasil Ride)
Por Leo Michelstadter
Assusta olhar o site do Brasil Ride (BR) e ver que “só” faltam 125 dias!!! Mais duas semanas se foram e as coisas ficaram agitadas por aqui.
Final de semana retrasado (30 e 31 maio) terminou super bem, consegui no sábado fazer um treino leve de mountain, mas com um tempo razoável em cima da bike. Já no domingo fui a uma trilha com o Henrique e rodamos 82 km, primeiro longo de mountain depois de muito tempo – tirando que a lombar reclamou um pouco, o resto foi tudo bem.
Depois desse pedal mais longo o foco se voltou para uma corrida que rolou em Brasília, o GP de sobradinho, junto com a equipe que faço parte, a FB AREIA E BRITA/TORTERIA DE LORENZA. A semana foi estruturada para terça e quarta fazer treinos específicos para o circuito, que tinha uma subida chatinha de fazer, e o resto dos dias iria me preocupar apenas em ganhar agilidade nas pernas, trabalhando um pouco mais de volume nos pelotões. E foi então que os imprevistos apareceram!!!
Terça correu tudo bem, treino feito sem problemas. Na quarta, com os dogs já em casa depois de uma cirurgia, iria sair no horário de costume. Quando acordo, surpresinha, um deles lambeu o local da cirurgia até abrir os pontos. Treino pro espaço e lá vou eu correndo para o veterinário.
O BR exige disciplina e eu não poderia chutar o balde o resto da semana por causa de uma exceção. Então quando isso acontecer fique calmo e procure as pessoas certas para te ajudar. Reprograme seu treino, sua dieta e transforme esse momento em oportunidade para crescimento na disciplina mental, mantenha o foco!!!
Bem, vamos voltar aos treinos. Em post recente eu falei um pouco sobre a sistemática da divisão de treino por tempo e distância (quem não leu, esse é o link), e demonstrei a importância do tempo em cima da bike. E como o Garmim (ou similar) entra nessa história??
Lembrem que trabalhamos sempre com sistemas de referência, nada mais. Ou seja, frequência cardíaca, potência e outras diversas ferramentas são apenas funcionalidades que devem ser usadas em conjunto com as reações do seu corpo. O mais importante disso tudo é o casamento entre a percepção de esforço e o dispositivo que estiver disponível. Com isso em mente, qual a melhor estrutura do Garmim para a preparação para o BR e outras provas?
Continuando na ideia do tempo e percepção de esforço como fatores principais, priorize na tela (de forma bem visível):
1 – Tempo da volta
2 – Tempo total.
Garantindo que essas duas telas estejam bem visíveis, as outras são de acordo com o gosto de cada um (eu deixo frequência, distância, cadência e velocidade). Tentem sempre notar se estão preguiçosos ou em um dia ruim, crie formas de se conhecer e referências para te ajudar (eu sei a velocidade que costumo passar em certos trechos em Brasília, se vejo que estou lento – ou até mesmo rápido – avalio as variáveis como vento, preguiça, cansaço, e então julgo se estou dentro da proposta ou não do treino). Se for preguiça, cobre-se, aperta e faz valer o treino. Se for um dia ruim, faça uma avaliação mental, da sequencia de treino, e tente render da melhor forma possível – esses dias acontecem, administrem.
Uma boa dica para vocês enxergarem bem o esforço aplicado é a tabela de OMNI-RIS (segue abaixo). Nela temos uma escala que vai de zero, muito fácil, a dez, muito difícil. Ai vem à pergunta, e como saber diferenciar os níveis???
Mais uma vez, escute seu corpo. No nível zero a respiração esta super confortável e a fala flui normal. Caminhando para níveis acima, percebemos que isso se altera. Por exemplo, entre os níveis cinco e sete estamos ofegantes, ainda conseguimos conversar, porém com alguma dificuldade. Já nos níveis acima de oito estamos muito ofegantes e mal conseguimos falar.
Bem turma, é isso. Nesse final de semana vai rolar a volta de Brasília (speed), dois dias de prova com três etapas. No próximo post quero trazer para vocês um pouco do meu macroplanejamento e como competições são importantes para nossa preparação. Grande abraço.
OBSERVAÇÃO 1 – quem tiver acesso a testes de ventilação vale muito a pena. Será uma ótima oportunidade para conhecer seu corpo.
OBSERVAÇÃO 2 – O GP de sobradinho foi ótimo para nossa equipe. Nosso Sprinter, Helder Fernandes, cravou um ótimo terceiro lugar. Eu sofri bastante.. kkkkk.. Com a sequência de treino e perda de peso já reparei uma grande melhora, mas ainda há um longo caminho pela frente.
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