Ontem aconteceu a 9ª etapa da competição e encerramos o primeiro terço do Giro entrando no primeiro dia de descanso. Vamos falar um pouco aqui sobre o que podemos concluir após essa primeira fase.
Um formato de corrida que favorece a disputa acirrada
O Giro desse ano está com um formato muito interessante e que está dando muito certo. Vejam alguns pontos que estão deixando a competição tão dinâmica
Nenhuma etapa difícil no começo
Nas primeira 9 etapas, só teve 1 etapa de média montanha. Isso fez com que a briga na classificação geral ficasse bastante embolada. Não existe ninguém com uma vantagem confortável. Por isso não dá para prever quem vai levar essa briga.
20 segundos de bônus
Esses 20 segundos de bônus para o vencedor de etapas tem feito os favoritos para a Classificação geral brigarem pela vitória dos estágios. Coisa que geralmente não acontece.
Quando não existe o bônus de tempo, simplesmente não vale a pena o risco de se envolver em quedas ou se desgastar para ganhar etapas e conquistar poucos segundos ou até nenhum sobre seus adversários. Mas 20 segundos é muita coisa! Então já tivemos logo na primeira semana, montanheiros sprintando para descolar esse bônus.
Wiggins está bem fisicamente, mas a vitória do Giro está longe de se tornar realidade
Bradley Wiggins (Sky) está com as pernas boas. Ele andou bem no contra-relógio, está com uma boa performance nas subidas e sua equipe continua uma máquina.
Mas a enorme dificuldade que o ciclista está tendo nas descidas está acabando com qualquer chance que ele possa ter de ganhar o Giro. Isso é algo inusitado… O franco favorito para o título de uma grande prova, perder o título porque não sabe descer… Acho que isso nunca deve ter acontecido.
Nibali tá com uma chance enorme de levar a Rosa para casa
Vicenzo Nibali (Astana) está com a faca e o queijo na mão. Ele é um excelente escalador e conseguiu ter uma performance incrível no Contra-Relógio individual e já está vestindo a Camisa Rosa com 30 segundos de vantagem sobre o segundo.
Isso deixa o ciclista em uma situação bastante confortável. Agora ele precisa marcar os seus adversários nas etapas de montanha e tomar cuidado com os bônus de tempo. Isso tudo somado com a sua extrema habilidade nas descidas, fazem com que ele tenha uma chance enorme de ser o campeão do Giro desse ano.
Evans está correndo por fora e é um forte pretendente ao título
Após uma péssima temporada de 2012, Cadel Evans (BMC) está dando uma de Fênix e ressurgindo das cinzas. O ciclista está com uma performance extremamente constante e sólida. Está sempre entre os primeiros e aparentemente está com uma grande facilidade em acompanhar seus adversários.
Uma grande vantagem que ele tem, é que além de subir e descer muito bem, Cadel Evans é um ciclista que tem uma boa explosão. Então, em situações que ele precise ganhar uma chegada em uma montanha ou em uma fuga, entre os montanheiros ele leva uma vantagem enorme no sprint.
Com o bônus de tempo ele pode acabar buscando Nibali na classificação Geral. Ele já é o segundo colocado, com 29 segundos de desvantagem. Se ele vencer uma etapa… A vantagem já cai para 9 segundos… Aí embola tudo.
Hesjedal mostrou fraqueza
Pode ter sido um dia ruim, mas Ryder Hesjedal (Garmin), atual campeão do Giro, sobrou nas últimas subidas da 9ª etapa. As subidas era duras, mas NADA comparado com que ainda está por vir…
Com essa “sobrada” ele está mais de 3 minutos atrás de Nibali… E tirar esses três minutos vai ser muito difícil para o Hesjedal… Eu sinceramente acho difícil dele conseguir voltar para a briga.
Ainda falta muita coisa
O Giro é uma competição muito difícil, perigosa e ainda tem muita coisa para acontecer… Essas conclusões podem mudar de cabeça para baixo nas próximas semanas… Temos que acompanhar.