Após 17 anos de investigação, foi descoberto que Marco Pantani foi vítima de uma armação da Máfia Italiana, que alterou o resultado de seu exame anti-doping no Giro d’Itália de 1999.
De acordo com a reportagem da revista Veja,, ficou comprovado que um membro da Camorra, organização mafiosa de Nápoles, foi o responsável pela alteração no exame do ex-campeão, que morreu em 2004 quando lutava contra a depressão.
Ainda de acordo com a reportagem, nesta segunda, a polícia de Forlì, na região de Emília-Romanha, informou ao canal Mediaset a ligação da Camorra no escândalo.. A emissora publicou com exclusividade a interceptação de uma conversa telefônica entre um membro da Camorra e um parente. Nela, o criminoso napolitano não identificado confirma uma história contada ainda em 1999 por Renato Vallanzasca, um dos maiores mafiosos da Itália. Em seu livro, Vallanzasca revelou que um companheiro de cela ligado à Camorra lhe sugeriu que apostasse todo o seu dinheiro contra Pantani no Giro de Itália, garantindo que o ídolo perderia a prova, dias antes do anúncio do doping.
O investigador que desvendou o mistério, Sergio Sottani, declarou o seguinte “Um membro do clã Camorra ameaçou o médico e o forçou a alterar os testes, fato que colocou Pantani acima do nível permitido”, afirmou. O hematócrito do atleta demonstrou 51,9% glóbulos vermelhos, enquanto o máximo permitido pela Federação Mundial de Ciclismo (UCI) é de 50%. Tonina Pantani, a mãe do atleta, se disse aliviada ao saber que “a verdade apareceu” e disse que buscaria formas de a família ser compensada pela fraude.
Pantani, “O Pirata”, foi o último ciclista a conseguir vencer o Giro d’Itália e o Tour de France no mesmo ano, em 98. Alberto Contador tentou repetir o feito em 2015, mas não deu certo. Ele venceu o Giro, mas não teve forças para vencer o Tour.
Infelizmente, esse episódio da eliminação fez com que a carreira de Pantani entrasse em um espiral, que levou a morte do ciclista em 2004.
Triste saber disso