Das diversas modalidades do ciclismo, o Mountain Bike é disparada a mais praticada. Assim como as outras modalidades o Mountain Bike possue suas peculiaridades e muitas afirmações baseadas no senso comum. Nesse artigo veremos algumas destas afirmações e as devidas considerações a respeito.
- O selim em uma bike de Mountain Bike deve estar sempre baixo para contribuir com a técnica do atleta na descida.
No tempo total de uma trilha, calcule quanto tempo o ciclista fica fora do selim, e quanto tempo ele está sentado fazendo força. Será que é melhor ajustar o selim para a eventualidade, ou para a posição mais utilizada? Respeitando a angulação de flexão dos joelhos no ponto baixo da pedalada que segundo a literatura é de 25-35 graus (30-4o graus para análise dinâmica), o mais indicado pro Mountain Bike é deixar o selim mais baixo até próximo do ângulo máximo de flexão; contribuindo assim para não elevar em demasiado o centro de gravidade do ciclista, já que a bike de Mountain Bike tem a caixa de centro mais alta do que as outras bikes. Então o correto é medir pelo ângulo dos joelhos, considerando características importantes do ciclista como: flexibilidade e cadência de pedaladas.
- O selim do Mountain Bike deve ser mais estreito para favorecer a técnica.
Ora, cada ciclista tem o quadril de uma largura e anda com o tronco em uma determinada angulação em relação ao solo e deve utilizar um selim suficientemente largo para apoiar os ísquios (ossos do quadril), evitando assim problemas na região do períneo.
- Todos no Mountain Bike podem utilizar pedivelas 175mm.
Será que as empresas do setor que investem milhões em pesquisas e levantamento antropométrico de populações estão erradas fabricando 3 ou 4 tamanhos de pedivelas para o Mountain Bike desperdiçando tempo e dinheiro? Para cada faixa de altura de pernas existe uma proposta de tamanho de pedivelas que fique proporcional às pernas do ciclista e ao tamanho do quadro. A priore, quadros até 16” têm pedivelas 170mm, 17” até 19” 175mm e acima de 20” 180mm.
- A espiga deve ficar em tal altura?!
Para obter a altura perfeita da espiga, leva-se em consideração a flexibilidade do ciclista e a angulação do tronco em relação à horizontal que no Mountain Bike fica numa faixa de 45-55 graus; garantindo assim boa distribuição de peso sobre a bike e boa dirigibilidade.
Esses são só alguns dos mitos e paradigmas do Mountain Bike. Lembrem que a ciência nesse setor, ao contrário do que muitos imaginam vem se desenvolvendo em uma velocidade fenomenal. Isso faz com que o esporte se desenvolva e que seus praticantes tenham maior segurança na obtenção e utilização de seus equipamentos.
Marcelo Rocha