Um novo tipo de bicicletas está aparecendo no mercado, as MTBikes Elétricas. E muita gente tem torcido o nariz para a novidade e aqui vai a nossa opinião sobre esse tipo de bicicleta.
Recentemente fomos convidados para testar a nova Specialized Turbo Levo FSR 6Fattie, que é uma Mountain Bike equipada com um motor elétrico que funciona no sistema “pedal assistido”, ou seja, você tem que pedalar para que o motor funcione. Portanto ele vai funcionar nas subidas e planos e não nas descidas.
Essa bicicleta tem como foco a galera que pratica MTB recreativo e não competitivo. É uma bicicleta de Enduro, com 150mm de suspensão e pesa 22kg.
O motor tem um sensor de cadência e torque, que faz com que o motor funcione de acordo com a necessidade do ciclista. Nos momentos mais difíceis, ele libera mais energia. A potência total do motor é de 250watts (de força nominal) e tem a autonomia máxima de 89km e mínima de 40km.
Essa bicicleta ajuda o ciclista a superar as partes mais difíceis de subida nas trilhas e na descida funciona como uma bike normal.
Lá fora, onde a cultura dos bike parks é muito desenvolvida. Há muitos anos, os MTBikers gostam de aproveitar somente as descidas. Pegam um teleférico para o topo do morro, descem até a base da montanha e repetem isso o dia todo.
O motor elétrico tem uma função, guardadas as devidas proporções, parecidas com a do teleférico. Ele facilita a subida para você se divertir na descida. Logicamente que você vai ter que fazer mais força na bike elétrica do que sentado em um teleférico, mas acho que vocês entenderam a lógica. Ok… Continuando.
A crise do super-homem
Aqui no Brasil, tem uma galera que acha que o ciclismo só pode ser chamado de ciclismo, se ele obedecer algumas condições que essas pessoas consideram como correta.
Essas pessoas tem dado um certo chilique por conta das bikes elétricas. Coisas do tipo: “Se tem motor e motocicleta e não bicicleta”. “Isso não faz sentido nenhum”. “Se não tem força, fica em casa”.
Chamo isso de crise de Super-Homem, porque em algum lugar da história brasileira, algumas pessoas passaram a acreditar que o ciclismo é um exporte excludente que só serve para pessoas que querem morrer de fazer força e qualquer coisa diferente disso não é digna de respeito.
Eu já vejo a coisa de uma forma diferente. É a seguinte: Você deve aproveitar o ciclismo da forma como preferir. PONTO!
Se você está afim de comprar uma bike com um motor elétrico para de ajudar na subida. ÓTIMO! Se você quer comprar uma MTB com 3,5kg, hardtail e de garfo rígido, para bater todos os KOMs do Strava. Ótimo!!! Se quer ficar o dia todo gravando vídeo tremido no celular e dizendo como você é o cara mais forte do mundo… ÓTIMO! Cada um tem a sua forma de abordar o esporte e isso deve ser respeitado.
Eu vejo as MTBikes elétricas como uma excelente opção para quem quer fazer um ciclismo mais recreativo e não tem tanta disposição assim para sofrer e quer aproveitar o MTBike de uma forma mais tranquila.
Tenho certeza que vai ter gente que vai entrar aqui e comentar… “Mas se não tá afim de sofrer, não pode ser ciclista. O bom do ciclismo é sofrer”… Peço que você volte um pouco e releia a parte da Crise do Super-Homem.
Temos tido uma onda de lançamentos de muitos tipos de bicicletas diferentes, Fat Tires, 27,5 plus, Adventure Bike, Endurance Bikes etc e tal. E muita gente diz que isso é uma conspiração do mercado para que todos sejam obrigado a comprar mais… Como se alguém fosse obrigado a comprar alguma coisa.
Eu vejo isso de uma forma diferente. Todos esses lançamentos são na verdade opções para que mais pessoas entrem no ciclismo, para aproveitar o esporte das mais variadas formas. E não somente as pessoas que tenham o mesmo objetivo que O SEU.
Portanto, se você não vê sentido nesse tipo de bicicleta, não compre e deixe em paz quem quer comprar um bike para não sofrer tanto nas trilhas.
Grande abraço!