Ontem, dia 20 de outubro, aconteceu a etapa mais brutal da história do Brasil Ride. Um percurso de 143km com um calor absurdamente insuportável.
O segundo dia do Ride é famoso e reconhecido como o estágio mais duro do mundo, dentre as corridas de estágios de MTB. Como dito acima, são 143km, com mais de 3.100 de ganho de elevação acumulada, e o tal do Vietnam no meio do caminho, que é um lugar MUUUUITO difícil de passar, com 10km de extensão, onde em boa parte você tem que carregar a bicicleta.
Além do Vietnam, o percurso tem duas subidas monstruosas. Uma no meio do caminho e outra no final do percurso, chegando na cidade de Rio de Contas.
A zica continua pregada em mim, com 20km de prova, estávamos no segundo pelotão, quando de repente eu escuto um barulho estranho e descubro que a minha pastilha de freio traseira tinha caído… O ponto de apoio mecânico era com 71km… Resumindo, pedalei 50km só com o freio dianteiro. Tenso demais.
Consegui chegar no apoio e eles colocaram a pastilha e pude fazer a segunda metade do percurso com os dois freios funcionando.
O calor era simplesmente insuportável, no Vietnam chegou na casas dos 45 Graus e muita gente não suportou. Mais de 100 pessoas não conseguiram completar a etapa, inclusive alguns ciclistas profissionais.
Pelo número gigantesco de pessoas que não completou a prova, a organização resolveu dar uma penalidade de 5 horas em quem não cruzou a linha de chegada e eles puderam largar hoje, na etapa do XCO.
Eu e meu parceiro Weimar Pettengill conseguimos colocar um bom ritmo no início da etapa, apesar do problema do freio, e nos últimos 20km, estávamos com o tempo bem tranquilo e resolvemos aliviar para guardas as pernas para os próximos dias. Terminamos a etapa com 10h55 minutos.
Foi impressionante ver o ambulatório no final da prova. Parecia um hospital de guerra… Um monte de gente passando mal, algumas pessoas desmaiadas, desidratadas… Foi feia a coisa! Brasil Ride não é brinquedo não!