Nos últimos anos, as necessidades de proteína têm recebido atenção especial por serem indispensáveis no reparo de micro lesões musculares, decorrentes da prática esportiva. Essas necessidades podem variar de acordo com o tipo de exercício praticado, intensidade, duração e frequência. Outro fator importante das proteínas é no desenvolvimento ou a atrofia do músculo esquelético, pois estas funções dependem do balanço entre a taxa de síntese e taxa de degradação protéica intracelular.
Proteína e carboidrato funcionando juntos
Como já visto, dependendo da intensidade e duração do exercício, o carboidrato necessita de constante reposição para repor reservas de glicogênio muscular, e o conteúdo protéicomuscular também pode sofrer influência do exercício crônico, refletindo em aumento deste substrato.
Ao promover o aumento da ingestão de carboidrato, vimos que o pâncreas eleva a liberação de insulina, e esta é um importante regulador da síntese protéica e da proteólise no músculo esquelético. O balanço entre síntese protéica e da proteólise determina a massa muscular de um indivíduo. A insulina pode, ainda, estimular o transporte de aminoácidos para dentro da célula e/ou aumentar a eficiência do processo de tradução, atuando na etapa de iniciação da síntese protéica. A presença de maiores teores protéicos no músculo esquelético pode dever-se a um aumento da área de secção transversa da fibra muscular e/ou a uma maior quantidade de fibras musculares pela ação do treinamento físico. Portanto, a ação dos aminoácidos da proteína da dieta depende muito da quantidade de carboidrato contida na refeição diária do atleta.
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Qual proteína consumir
Não só a quantidade, mas a composição da proteína devem ser avaliadas e levadas em consideração. Proteína de origem animal, como carne, leite e ovos são mais recomendados, por possuírem todos os aminoácidos indispensáveis ao organismo. Além de proteínas, o consumo de aminoácidos específicos ou de misturas de aminoácidos melhora o desempenho no exercício. Arginina, lisina, glutamina, estimulam hormônios anabólicos (insulina, GH, IGF-1), enquanto que aminoácidos de cadeia ramificada são importantes na regulação metabólica da síntese protéica muscular. Por este motivo, houve um grande aumento no consumo de suplementos de aminoácidos deste tipo (BCAA). Porém, estudos não revelaram nenhum efeito da suplementação dos BCAA no desempenho.
Proteína x Intensidade e duração do exercício
Dependendo do tipo, intensidade e duração do exercício e, possivelmente, do sexo, existe uma necessidade de aumento da proteína para reparar micro lesões musculares, utilização como substrato energético e eventual hipertrofia muscular. Pode haver necessidade de suplementos protéicos. No entanto, não há evidências suficientes que confirmem esse efeito, o que deve continuar a estimular o interesse na investigação das vantagens das proteínas e aminoácidos na performance desportiva.
Provas de ciclismo de velocidade exigem maiores consumos de proteínas quando comparadas com provas de resistência. Para provas de velocidade, 1,2 a 1,6g/kg de peso de proteína por dia atendem a necessidade de seu consumo diário. Para provas que objetivam resistência, sugere-se a ingestão de 1,6 a 1,7 g/kg de peso de proteína por dia.
Fonte: Recomendações de Macronutrientes para ciclistas: Uma revisão bibliográfica