É bom saber que existem locais no Brasil que o ciclismo é levado a sério e é valorizado como um benefício para a sociedade!
Vejam a matéria na integra do site Diario de Canoas:
Seja para lazer ou para ir ao trabalho, rotas dão segurança aos ciclistas.
Campo Bom – Andar de bicicleta faz bem para a saúde, não polui o meio ambiente e não custa caro. Sabendo disso, cidades da região dos Vales do Sinos e Paranhana são exemplo de pioneirismo na construção de espaços destinados ao ciclismo. É o caso de Campo Bom, onde há mais de 30 anos a população pode desfrutar de espaços seguros para pedalar. Já a vizinha Sapiranga concentra mais de 40 mil adeptos da “magrela”, uma das maiores populações ciclistas do Estado. Também Rolante, Igrejinha e Três Coroas construíram ciclovias. Exemplos bons ainda são exceções, diante da quantidade de cidades que não adequaram espaços para os ciclistas.
O vendedor de Sapiranga Jorge Euclides Ferreira dos Santos, 59 anos, faz questão de usar a ciclovia da cidade. Em trechos onde ela não existe, é preciso contar com a colaboração dos motoristas. “Muitas vezes não importa se estamos na preferencial, os motoristas não estão nem aí e não param mesmo”, reclama. Para ele, que trabalha com vendas e vive na rua, a implantação de ciclovias em Sapiranga foi muito positiva. “Para nós, que dependemos desse meio de transporte mais econômico, foi ótimo”, avalia.
TREM
Novo Hamburgo terá sua primeira ciclovia por causa da ampliação do Trensurb de São Leopoldo até a cidade. Os detalhes do projeto ainda estão sendo estudados pelo Consórcio Nova Via. Nenhum projeto da Prefeitura prevê este tipo de obra a curto prazo. Enquanto isso, ciclistas ainda têm de disputar espaços com os carros nas ruas ou, como lazer, ir até o bairro rural Lomba Grande. “É terrível andar de bicicleta em Novo Hamburgo. O ciclista não é respeitado, não é visto pelos motoristas”, reclama o cabeleireiro Jaques Ricardo Carvalho, 41 anos.
QUEM TEM E QUEM NÃO TEM
Dois Irmãos – Não tem ciclovia. A prefeitura envia dia 30 de março projeto ao Ministério das Cidades para construir uma na Rua Rio de Janeiro, bairro São João. Terá um quilômetro de extensão. A secretária de Planejamento, Milena Martorelli, afirma que estão previstos para os próximos anos mais investimentos na área
Estância Velha – Não tem ciclovia. O secretário de Planejamento Carlos Boelter explica que a administração, a pedido da população, investe mais em caminhódromos, como o da Avenida Brasil, que também pode ser usado por ciclistas
Igrejinha – Tem ciclovia na Avenida Ildo Meneguetti, bairro 15 de Novembro, com um quilômetro
Ivoti – Tem ciclovia de 600 metros de extensão na Avenida Capivara, na VRS-840, com um projeto de revitalização, porém, não há previsão de execução
Montenegro – Tem duas ciclovias, uma na Avenida Itália, nos bairros Municipal e Industrial, com 500 metros, e outra na Bruno de Andrade, no bairro Bela Vista, com 300 metros. Projeto foi encaminhado ao governo federal para fazer uma ciclovia de nove quilômetros, que atravessará a cidade, começando na RS-040 indo até a RS-124
Parobé – Nãm tem ciclovia. A prefeitura encaminhou projeto pleiteando verba de R$ 1 milhão do Ministério das Cidades, com R$ 100 mil de contrapartida da prefeitura, para construir ciclovia para ligar Parobé a Taquara, atravessando a Avenida das Nações. O local foi escolhido por ser o principal caminho de trabalhadores calçadistas
Rolante – Tem ciclovia há 12 anos na RS-239, na entrada da cidade. Com 900 metros de extensão, foi construída para atender à demanda dos funcionários das empresas calçadistas que circulam pelo local
Taquara – Tem sete quilômetros de ciclovia. A primeira atravessa a RS-020 na Avenida Sebastião Amoretti, com dois quilômetros, passando pelo bairro Empresa, Santa Terezinha, Petrópolis, Santa Rosa, Centro e Sagrada Família. Outra ciclovia liga a RS-239 à RS-115, passando pela Avenida Fernando Ferrari, com 2 quilômetros que cortam os bairros Morro do Leôncio e Recreio. Seguindo na RS-115 existem mais dois quilômetros e meio de ciclovia pela Avenida Oscar Martins Rangel, passando pelos bairros Jardim do Prado, Nossa Senhora de Fátima, Fogão Gaúcho
Três Coroas – A cidade tem ciclovia desde 2003, com extensão de dois quilômetros na Avenida João Correa, vindo desde o limite com a cidade de Igrejinha, passando pelo bairro Vila Nova e se juntando ao Centro. Existe projeto de ampliação até o bairro Sander, percorrendo a Avenida João Manoel Corrêa
CAMPO BOM
18 km de ciclovias
Em 1977, Campo Bom se tornou a primeira cidade da América Latina a ter uma ciclovia. Atualmente, são 18 quilômetros divididos em oito trechos, sendo um na área central e outros sete nos bairros. Entretanto, a extensão poderá chegar ao dobro, por causa do Plano Diretor de Mobilidade Urbana, concluído no ano passado e que traça diretrizes de mobilidade para a cidade.
Desde 2009, a ciclovia vem recebendo uma série de investimentos. Além da iluminação, que está quase concluída, foram plantadas cerca de mil mudas de árvores em seu trecho e o anel central foi totalmente revitalizado, recebendo nova capa asfáltica, floreiras, bancos, lixeiras e pergolados, que são estruturas em concreto que receberam plantas ornamentais, tornando-se área de sombra para descanso dos usuários. Também foram colocadas placas informativas sobre o percurso (metragem percorrida) e que contam a história da bicicleta e de ciclovias pelo mundo. Cada quilômetro do trecho recebeu identificação por cores que diferenciam floreiras e pergolados etc.
Sapiranga
A cidade das bicicletas
Com 75.020 habitantes, Sapiranga tem uma população bastante adepta do uso da bicicleta. São mais de 40 mil ciclistas, a maioria deles funcionários de empresas do setor calçadista que usam o veículo como meio de transporte de casa para o trabalho. A Secretaria de Segurança Pública e Mobilidade Urbana de Sapiranga está tratando dos últimos detalhes do projeto que prevê a ampliação dos oito quilômetros de ciclovia na Avenida 20 de Setembro. A via para bicicletas se tornou imprescindível para a cidade. O fluxo é intenso, principalmente no início da manhã e final de tarde, nas proximidades das indústrias.
O que diz a lei:
Artigos do Código de Trânsito Brasileiro onde a bicicleta é mencionada:
Artigo 105 – São equipamentos obrigatórios dos veículos, entre outros a serem estabelecidos pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran):
Parágrafo 6 – Para as bicicletas, a campainha, sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e nos pedais, e espelho retrovisor do lado esquerdo (válido para bicicletas com aro acima de 20)
Artigo 201 – Deixar de guardar a distância lateral de 1,50 metro ao passar ou ultrapassar bicicleta:
Infração – Média
Penalidade – Multa
Artigo 220 – Deixar de reduzir a velocidade do veículo de forma compatível com
a segurança do trânsito:
Parágrafo 13 – Ao ultrapassar ciclista:
Infração – Grave
Penalidade – Multa
Artigo 255 – Conduzir bicicleta em passeios onde não seja permitida a circulação desta, ou de forma agressiva:
Infração – Média
Penalidade – Multa
Medida administrativa – Remoção da bicicleta, mediante recibo para o pagamento da multa
Fonte: CTB
FAÇA A SUA PARTE!
Caso em sua cidade não haja ciclovia, ande na rua, no mesmo sentido dos outros veículos, próximo ao cordão da calçada. Não está previsto no Código Brasileiro de Trânsito andar no sentido contrário para melhor visualizar os carros
Para isso, existe o espelho retrovisor, equipamento obrigatório nas bicicletas. A exceção é para as bicicletas de competição
A dica geral para quem está inserido no trânsito é respeitar as leis que o regem, ser paciente e, principalmente, ter educação
Fonte: inspetora-chefe do Departamento de Trânsito da Guarda Municipal de Novo Hamburgo, Eliane Luiza Schmidt
Ampliação aprovada pela comunidade
O primeiro trecho da ciclovia a ser ampliado este ano em Campo Bom será na Estrada do Mônaco, principal via de acesso ao bairro de mesmo nome, com 1,6 quilômetro. O segundo está programado para os bairros Vila Nova, Operária e Distrito Industrial Sul, no ano que vem. Tratam-se de obras do Conselho Comunitário, aprovadas pelas comunidades de cada bairro. Todas os trechos da ciclovia tem multiuso, ou seja, são para caminhadas e passeios de bicicleta.
Alternativa menos poluente
Para o consultor de trânsito Ricardo Schiavon, as ciclovias são alternativa de transporte menos poluente e ecologicamente correto, além de muito mais barato para as prefeituras. Citou que em Novo Hamburgo há plano cicloviário pronto. “Como exemplo posso citar as Ruas Ícaro e Bartolomeu de Gusmão, no bairro Canudos. Já está tudo pronto para a ampliação das duas vias, o que possibilitaria a implementação de ciclovias no bairro com enorme população e força econômica.”
* Colaboram Alice Adams, Ana Cristina Knewitz e Paulo Langaro
Foto: Pra Quem Pedala