Esse ano, tive a oportunidade de participar pela segunda vez da excelente prova Brasil Ride WarmUp em Botucatu, no interior de SP.
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Ano passado foi a minha primeira participação e vocês podem ler os relatos aqui, aqui e aqui.
O WarmUp é uma competição por estágios, que geralmente acontece no feriado de Corpus Christi e dura três dias. As etapas são divididas da seguinte forma:
1º Dia – Um prólogo de 11,2km em um percurso bastante técnico, com 400 metros de ganho de elevação
2º Dia – Etapa de 80km, com uma longa e duríssima subida no meio do caminho, com 1.400 metros de ganho de elevação
3º Dia – Etapa de 107km, com 5 subidas BRUTAIS E 2.600 metros de ganho de elevação
Prólogo
A largada do prólogo é feita de 10 em 10 ciclistas com 1 minutos de diferença e é uma prova de Contra-Relógio. Quem terminar em menos tempo vence, independente de qual largada você saiu.
O percurso do Prólogo do WarmUp é bem interessante e BASTANTE técnico. Ele começa em uma pista de Moto-Cross, com subidas e descidas íngremes, mas com de chão batido, sem nenhuma parte técnica.
Depois dessa parte, começa a parte mais técnica. Tem uma parte em uma plantação de eucaliptos que é bem bonita e depois se entra na parte de mata fechada, onde estão dos dois RockGardens mais técnicos do percurso.
Esses dois trechos de pedra são os mais perigosos, onde um tombo pode levar a um machucado um pouco mais sério. Não descidas com pedras grandes e curvas bem fechadas no meio das árvores.
Depois que passa esse trecho, começa a subida de asfalto com 2km de extensão e uma inclinação que chega aos 20%, que leva para a linha de chegada.
Nesse dia, Lukas Kaufmann foi o vencedor, fazendo o percurso em 32 minutos e uns quebrados… Eu, bem lá para trás, conseguir fazer em 45 minutos… hehehehehe.
Segunda etapa
A largada dessa etapa acontece no centro de Botucatu, em frente a Catedral da Cidade. Os primeiros 3km são neutralizados até chegarmos na BR, quando o carro madrinha acelera e a largada em movimento é dada.
São 10km de asfalto no total e o pelotão vai se quebrando bastante. Nessa hora, é bom ir tentando saltar de pelotão em pelotão para tentar ficar num grupo mais para frente.
Se ganha muito tempo fazendo isso, pois os grupos da frente andam em um ritmo muito forte no começo e se você for de roda, anda uma grande distância em pouco tempo. Só tem que tomar cuidado para não fazer força demais e quebrar.
Consegui ir em um dois primeiros pelotões e seguimos em um ritmo forte. Gosto de dar essa acelerada no começo para compensar o meu ponto MUITO franco… As descidas. Uso minha experiência na Speed para andar rápido nos planos e subidas para conseguir contrapor a minha falta da habilidade no “morro abaixo”.
Essa etapa tinha uma grande descida e uma grande subida. Como podem ver na altimetria. A descida era relativamente técnica, mas nada demais. Só que a subida era MUITO dura.
Era necessário literalmente cruzar uma montanha. Ouvi dizer que alguns caras da Elite conseguiram zerar, mas a IMENSA maioria, inclusive os vencedores, empurraram em alguns momentos, uma vez que a subida chega perto dos 30% e o solo estava com lama.
Depois dessa subida, o percurso era um sobe e desce de estradão. Juntei num pelotão de uns 20 ciclistas e fomos revezando até a linha de chegada em um ritmo bem bom!
Lukas Kaufmann venceu essa também e fez o percurso em 2h50. Eu fechei com 3h24, junto com essa galera que veio revezando.
Terceira etapa
Esse é o dia que realmente dá uma boa noção do que é o Brasil Ride. 107km com 2.600 metros de ganho de elevação e 5 serras no meio do caminho.
A largada é muito parecida com a do segundo dia. Saindo do centro da cidade e indo neutralizado até a BR. A diferença dessa dia, é que a neutralização durou mais tempo e foi pela BR até entrar na terra.
Daí para frente, o pau começou a quebrar. Estradão por 30km com um ritmo bem forte. A primeira descida do dia, era a longa subida que tínhamos feito na segunda etapa. Bem mais fácil descer do que subir :).
E daí vinha a primeira serra do dia… Local onde comecei a passar mal, no ano passado (fui inventar de comer churrasco no dia anterior e tive uma congestão). Essa subida tem trechos com 33% de inclinação. É MUITO DURA. Apesar de ser a mais inclinada, eu não a considero a mais difícil da etapa, pois ainda estamos no começo. Mas ela é muito dura MEEEEESMO.
Eu ia naquele esquema, passando a galera na subida e plano e sendo ultrapassado nas descidas e ia tentando gerenciar dessa forma.
Os downhills dessa etapa eram MUITO longos e se você não descer bem, acaba perdendo MUITO tempo. Os downhills são técnicos e com pedras e se levar um tombo, pode machucar bastante.
A subida que eu acho mais difícil dessa etapa é a terceira… Depois do ponto de apoio da Mandioca (um dos pontos de apoio é em um sítio, onde se faz mandioca para os atletas). É uma subida de mais de 2km com muita inclinação e sem alívio nenhum… Tinha hora que eu estava andando a 3km/h. Ela começa com 73km e as pernas já estão cansadas.
Daí depois tem um downhill enorme e técnico, mas esse eu consegui descer bem. Abri um bocado do grupo que estava atrás de mim durante a subida e não tinha ninguém próximo na minha frente, então desci sozinho e consegui fazer uma boa descida.
Daí vem a parte final da prova… Que é beeeeeeeeem chata. Você tem que subir a Serra para Botucatu duas vezes. Primeiro pela estrada de chão e depois pelo asfalto.
Depois de subir a primeira vez, temos que fazer a parte técnica do prólogo mais uma vez… O que eu acho meio desnecessário, mas… fazer o que, né? São subidas muito longas, como todas as outras e mais uma vez, você se espanta com a inclinação delas.
Confesso que tirei o pé na última subida. Tinha uma câimbra me rondando e eu já tinha enchido e saco de fazer força… hehehehehehe.
Mas consegui completar bem, com 5h58. Um bom tempo comparando com a média da galera… Enquanto isso, Lukas Kaufmann, mais uma vez, largou todo mundo e fez o percurso em 4h29.
Finalizando
Essa prova é espetacular e eu indico para todo mundo. Prova DURA, tem que estar treinado, região LINDA e a cidade de Botucatu tem uma estrutura muito legal. Hotéis bons, restaurantes excelentes e opções de entreterimento para quem quiser levar a família.
Gostaria de parabenizar o Mario Roma por mais essa grande prova e nos vemos na Bahia!