O uso de apenas uma coroa nas MTBikes já se tornou um grande sucesso e uma tendência mundial. A SRAM, que começou esse movimento e já tem um grupo 1×11 para ciclocross, está em fase final de testes de um grupo, com essa configuração, para bikes de estrada.
O grupo já está pronto e sendo testado, como vocês podem ver na bike de triathlon de Jordan Rapp, que foi fotografada por esse site aqui. Essa bike está com uma relação com uma coroa de 54t e um cassete 10-30T.
O atleta conversou com o representante do site que tirou as fotos “Eu já utilizei todas as possíveis relações. 54/42-11/23, sem problemas. 54-11/30 é a mesma coisa que 54/42-11/25. E eu tenho um 11-28 também. 54-11/28 tem a mesma relação que uma 54/42-11/21. Para a maioria das pessoas eu acho que os cessetes de 10 dentes que vem por aí serão melhores. Então você verá opções como 50-10/30 ou 48-10/32 que darão a variedade que você precisa . Mas pinhões com 10 dentes precisam de um cubo diferente”.
Esse tipo de grupo funciona bem no MTB pois oferecem uma solução rápida de troca de marchas, sem a preocupação de ter que trocar a coroa. Além do alívio no peso. A questão é que isso funciona muito bem no MTB, ode as variações de velocidades são muito grandes e a variação entre uma marcha e outra não faz tanta diferença assim. Em grupos 1×11 de MTB a diferença entre uma marcha e outra pode ser de até 20%. Em um circuito de XCO travado, por exemplo, isso não faz diferença.
Esse tipo de “salto” em uma bicicleta de estrada seria bem complicado de administrar. As variações de velocidade nas road bikes geralmente acontecem de forma mais gradual do que no MTB, dessa forma, uma variação na sutil é extremamente importante. Além do que, não se troca de coroa de forma tão repentina na estrada, como se faz no MTB”
Analisando os extremos, não faz muita diferença, o Bike Radar fez uma comparação entre grupos 50/34, 53/36 e 53/39 com um cassete 11-28 e um grupo 48/10-42T. Vejam aqui.
50/34 | 52/36 | 53/39 | – | 48 | ||
11 | 119.7 | 124.4 | 126.8 | – | 10 | 126.2 |
28 | 31.8 | 33.9 | 36.6 | – | 42 | 30 |
Como podem ver, o resultado na relação é o mesmo nas pontas. O grande problema é o meio do caminho, o pulo entre as marchas no meio do cassete.
As possíveis vantagens são em provas planas, onde se pode usar um cassete com uma variação menor, e o peso da coroa e passadores será aliviado. Ou mesmo em etapas de montanha com poucos trechos planos, onde se poderá colocar um cassete com uma grande variação e também existirá o benefício do peso.
Logicamente, isso funciona bem para os ciclistas profissionais que tem a possibilidade de trocar de grupo toda hora e tem equipes para isso. Mas acredito que para o ciclista do dia-a-dia, ter um grupo como esses seja meio complicado.
Vamos esperar para ver o tipo de aplicação que eles darão para esse grupo e qual será o argumento de venda.