Testamos a bicicleta S-Works StumpJumper FSR 6Fattie durante e evento de lançamento dos modelos 2016 da marca.
Esse final de semana tive a oportunidade de andar pela primeira vez nesse novo tipo de bicicleta, que são as 6Fattie ou 27,5 plus, ou 650B+… Que são bicicletas com aro 27,5 e pneus de 3 polegadas.
A bicicleta é um meio termo entre a Fat Bike, que são os monstros com 5 polegadas de pneu e as bikes de XC e Trail tradicionais, com pneus que variam de 1,9 até 2,3 polegadas.
Essas bicicletas mostram uma clara tendência no mercado do ciclismo, que é o de ofertar uma variedade de produtos maior para as pessoas que não possuem o viés competitivo e simplesmente querem ter uma bike para que possam se divertir um bocado.
A 6Fattie tem esse objetivo, não é uma bicicleta para quem quiser participar de uma competição de XC, mas possui um excelente equilíbrio para quem quer uma performance razoável e uma bike extremamente divertida.
A bicicleta testada
O modelo que eu testei foi:
Quadro: S-Works StumpJumper FSR
Garfo: FOX 34 Plus Factory (150mm)
Suspensão: FOX FLOAT Factory DPS customizado (135mm)
Rodas: Traverse SL
Transmissão: Sram XX1
Freios: Shimano XTR
Canote: Command Post IRcc
Guidão em alumínio com 750mm
Como fiz no review da Diverge, vou elencar alguns diferentes aspectos e dar uma nota de 1 a 5 para cada um deles.
Dirigibilidade (nota 4)
Ao contrário das Fat Bikes, que são meio complicadas de se pilotar em single-tracks, pois possuem os pneus largos demais para andar por caminhos tão finos e acabam dificultando a condução da bike, a 6Fattie possui uma dirigibilidade bem interessante. O pneu é bem largo, principalmente para os olhos de quem está acostumado com o seu pneu 2.1 de XC, mas a agilidade na hora das curvas apertadas não fica tão prejudicada.
Os ChainStays dessa bike são bastante curtos, o que faz com que a bike tenha uma agilidade maior, principalmente nas acelerações.
Ela não tem a mesma precisão de uma bike de XC, até porque o guidão é mais largo e dificulta um pouco na hora dos locais mais estreitos. Mas o prejuízo não é tanto. Uma prova disso é que em uma competição informal feita entre os lojistas, jornalistas e funcionário das Specialized, em um circuito extremamente travado de 800 metros, quem levou a melhor foi um cara que estava com uma 6Fattie.
Claro que a habilidade e força do cara contam muito, mas se a bike atrapalhasse tanto, ele não teria vencido.
Subida (Nota 3)
Nessa eu fiquei em dúvida se daria uma nota 3 ou 4… Mas resolvi ser conservador e dar a nota 3. Mas confesso que fiquei impressionando com a capacidade da bicicleta de subir.
Já utilizei algumas bicicleta “maiores”, com mais suspensão e uma geometria mais voltada para descida e sofri bastante na hora de subir, mas essa bike rende relativamente bem na subida.
Ela não possui as travas remotas de suspensão, então tanto o garfo como a suspensão traseira precisam ser travadas “em loco”, mas ficam bem firmes quando travadas, o que facilita bastante para ir morro acima.
Com a suspensão solta, a frente quica demais e fica ruim para subir, principalmente se você estiver pedalando em pé. Confesso que no meio da trilha travada, eu sentia falta a trava remota de suspensão para poder enrijecer o garfo.
Mas como a bike é um pouco mais pesada, ela não sobe fácil como uma bike de XC. Tinha uma subida com mais de 30% de inclinação (0,2km com 21% de inclinação MÉDIA), que doeu um bocado para completar… Mas ela era tão inclinada que todo mundo sofreu, inclusive a galera com bike de XC.
Descida (nota 5)
Nessa parte não tem nem o que falar… A bicicleta foi feita para isso e o conjunto de suspensões grandes, com 150mm na frente e 135mm atrás e os pneus enormes, com 13 libras de pressão, fazem com que a tenha muita estabilidade nas descidas.
As Rodas 27,5 com pneus de 3 polegadas fazem com que o diâmetro total da roda fique praticamente igual ao de uma aro 29, então a rolagem é extremamente parecida com uma 29er, ou seja, a transposição dos obstáculos é bem mais tranquila.
O Command Post também ajuda bastante. Nos drops mais inclinados, abaixar o banco ajuda muito. Eu tenho utilizado a versão de abaixar somente 35mm na minha Epic, e já ajuda bastante. O canote da Stumpjumper abaixa até 150mm, o que é ótimo nas descidas mais brabas.
Uma evolução no Command-Post é que agora ele não tem mais somente três posições (levantado , abaixado 35mm e abaixado 150mm) agora ele tem travas de 5 em 5 mm, o que permite que você o deixe em diversas posições diferentes. Isso é bem legal.
Tração e estabilidade (Nota 5)
Nesse aspecto fiquei com vontade de dar nota 10 de 1 a 5… É impressionante como a bicicleta tem tração. Tinha umas subidas fincadas que eu jurava que ela não iria subir… Mas a danada subia.
Mesmo entrando sem estar embalado, os pneus largos e com pouca pressão grudavam no chão e a roda nem patinava.
Nos locais mais inclinados o controle do freios traseiro também melhorava bastante. A estabilidade como um todo aumenta muito com a maior área de contado com o chão.
Preço (sem nota)
Ainda não foram divulgado os preços para o Brasil… Então não tenho como avaliar esse aspecto
Resumo (nota 4,25)
Na média, a bicicleta ficou com a nota 4,25. Se você tem o objetivo de ter uma bicicleta que vai te proporcionar MUITA diversão e um pouco de performance… Essa é a sua bicicleta!
Se o seu objetivo for competir, talvez você precise procurar um pouco mais! Eu me diverti pra KAWAKA, achei a bike extremamente gostosa de pilotar e não senti em momento algum uma desvantagem dos pneus mais grossos, muito pelo contrário.
Quando eu ficar sabendo do preço, eu dou a nota e recálculo a média!
Abraço