Fui convidado pela Specialized Brasil para testar a nova Tarmac S-Works 2015 com novo sistema de construção “Rider First Engineered”
Fizemos um pedal de 37 quilômetros pela Estrada dos Romeiros perto de São Paulo (vejam aqui o registro o Strava), que tem bastante subidas, descidas, curvas e um pouco de plano para testar a bike em todas as situações.
Antes de falar sobre as impressões da bicicleta, vou só falar um pouco sobre o conceito da construção desse novo quadro. O grande diferencial que, de acordo com a Specialized, foi trazido para essa bike é a questão do “Rider First Engineered”, que na verdade trata-se de um processo de construção diferente para cada tamanho de quadro.
Anteriormente um quadro era desenvolvido em um tamanho mediano, geralmente 56. E as medidas dos quadros eram colocadas em um algoritmo que mudava medidas e as proporções da bike para os tamanhos de quadros maiores e menores. Mas isso acabava alterando o comportamento da bike e um quadro maior tinha um comportamento muito diferente de um quadro menor.
Em tese, esse novo método de construção oferece engenharia própria para cada tamanho, ou seja, como eles tem tamanhos 7 tamanhos disponíveis, é como se fossem 7 novos quadros com desenvolvimentos próprios e não um novo quadro espichado (ou encolhido) para outros tamanhos.
E qual a diferença? A questão é que os quadros tendem a oferecer o mesmo comportamento (ou pelo menos muito parecido) desde o menor até o maior tamanho.
Características do quadro
O novo modelo eliminou a braçadeira no canote de selim, fazendo com que o visual do quadro fique bem mais “clean” e o ajuste de selim é feito soltando um parafuso que fica na lateral do quadro escondido sobre uma acabamento de borracha. Bem maneiro!
Logicamente todo o cabeamento é interno, a bike vem com pedivela S-Works da Specialized encaixado em um BB30 e a caixa de direção cônica que também contribui para a rigidez da bicicleta.
Todo o quadro é feito com o Carbono Fact 11R, que é o mais rígido da empresa. Mesmo carbono que todos os outros modelos S-works utilizam.
Pedal de teste
Voltando ao que interessa… Fizemos o pedal e tentei testar a bike em todas as situações. Fiz força nas subidas, curvas em velocidades, arranques em saída de curva, descidas rápidas e passo no plano.
Eu utilizei uma bike tamanho 54, equipada com Shimano Dura-Ace 11 velocidades mecânico, Rodas Roval Rapide CL40 com pneus S-Works.
Já de cara você percebe que a bike é extremamente confortável. Diferente dos modelos anteriores, que eram rígidas demais verticalmente. A Tarmac SL3 era desconfortável de tão rígida, fazendo com que a trepidação do asfalto fosse toda para o ciclista e a SL4 já veio um pouco mais confortável, só que ainda com um pouco de rigidez vertical exagerada. A nova Tarmac aparentemente chegou em um bom equilíbrio entre a complacência vertical para dar conforto e a rigidêz lateral para evitar a perda de performance.
A minha bike de uso normal é uma Specialized Venge, que é uma bike “aero” e feita para andar rápido no plano e para sprints. Comparando com a Nova Tarmac, o rendimento da Venge no plano é melhor. Manter velocidades acima de 40km/h é relativamente mais fácil na Venge do que na Tarmac. Mas mesmo assim a performance desse novo quadro no plano é bem boa.
Mas se você pegar qualquer subidinha… A Tarmac mostra as garras! É impressionante como a bike rende na subida. Além de ser uma bike muito leve, toda a geometria e construção da bike é feita para subir bem, então pedalando em pé ou sentando você percebe que a bike rende muito na subida. Eu não sou um escalador mas subo razoavelmente bem e gostei bastante da performance dela morro acima.
Outra coisa que gostei, mas também achei que a Venge tem um pouco mais de resposta, é na retomada de curva. A aceleração da Tarmac é muito boa, mas na minha opinião a Venge ainda está um degrau acima nesse quesito.
E para finalizar, as curvas em descida! O controle da bike é MUITO bom, claro que com a ajuda dos pneus S-Works, que são pneus feitos para durar pouco e grudar muito no chão, a bike fica com um controle incrível! Ela de um modo geral passa muita confiança e você fica corajoso nas descidas.
Uma coisa que lembrei aqui que vale a pena citar: A potência dos freios da Shimano nos aros de carbono. As rodas Roval Rapide são Clincher, mas com aros de carbono, que geralmente tendem a ter menos potência de franagem. Mas nessa bike a potência é tanta que você tem até que tomar cuidado para não travar as rodas. Tendo a sensibilidade, os freios são fantásticos.
Gostei muito da bicicleta. Com certeza para quem quer uma boa bike de montanhas, essa é uma excelente escolha!