Fala Galera do Praquempedala,
Na nossa coluna de testes de hoje falaremos sobre a Hightower, uma bike com vocação para Enduro e XC, produzida pela marca Californiana, SantaCruz.
Vejamos como a própria marca descreve a bike:
“A Hightower tem a versatilidade de lidar com o que aparecer no seu horizonte.
Seja com as rodas 29, ou com as trituradoras 27.5+, a Hightower se adapta ao seu estilo de tocada não importa aonde você esteja.
Você deve estar se perguntando: 27.5+ ou 29?
29 – Se o seu barato é alcançar uma alta velocidade final, passando pelos rock gardens em uma linha reta e dando aquele tiro depois das curva, daí a 29 é o instrumento ideal. Combine com rodas de carbono e você terá um verdadeiro instrumento de precisão.
27.5+ – Quando as condições do terreno se deterioram e você fica com pouca tração, a pedida são pneus maiores. 27.5+ eleva a Hightower para um outro nível permitindo você dominar as curvas e sessões mais macias, mantendo a inércia que os pneus tradicionais não oferecem.
Independente do tamanho de pneu, a geometria permanece perfeita graças ao nosso ajuste de “High/Low” que fica no link superior, que ao mudar ajusta a altura do movimento central. Mais detalhes ao final, quando falamos do Flip Chip.
A caixa de direção é de 67°, tem um “reach maior” acomodando o pessoal que tem uma envergadura maior e já vem com um canote retrátil de 150mm.
Os 135mm de curso VPP® são reforçados pelos 148mm no eixo traseiro, com um arranjo na linkagem parecido com a nossa Nomad.
*Suspensões de 140mm vêm padrão nas bikes 29, o qual é trocado por uma versão de 150mm nas bikes 27+, mantendo os 67° da caixa de direção”
Nós tivemos a oportunidade de testar essa maquina em uma prova de enduro, onde acredito que esteja a verdadeira vocação dela.
Mas como não tinha pretensões de resultado na prova, fiz os deslocamentos bem concentrado e atento ao comportamento da bike nas subidas e nas partes técnicas.
Primeiras impressões.
Quando montamos na bike a primeira coisa que chama a atenção é o tamanho e a robustez dela. Temos a impressão de que a bike é extremamente resistente, feita pra agüentar o tranco das decidas mais brutas.
Assim que começamos a pedalar percebemos que ela flui muito bem. Com poucos minutos pedalando já dá pra perceber que a Hightower pode e deve ser utilizada para pedaladas mais longas, uma vez que tem uma posição de pilotagem bem confortável. Além disso, depois que as rodas 29 “pegam” um pouco de inércia, a bike anda praticamente sozinha.
Na subida.
Nos dois dias de testes que fizemos com a Hightower, me preocupei bastante em avaliar o comportamento da bike nas subidas. Isso porque, trata-se de uma bike de “uso misto”, podendo ser utilizada pra Enduro e XC.
Uma característica marcante da magrela é a aderência, estava utilizando pneus 2.3, pouca coisa mais largos do que estou acostumado, mas a bike não desgrudava do chão hora nenhuma.
Mesmo nas subidas mais íngremes, eu conseguia até pedalar em pé sem que os pneus perdessem tração.
Outro fator que me chamou a atenção foi que mesmo com uma mesa extremamente curta, a frente não ficou subindo quando a inclinação aumentava.
Essa mesa mais curta também faz com que a resposta da roda dianteira seja mais rápida, ou seja, fica mais fácil manobrar a bike nas subidas mais difíceis.
Uma surpresa interessante foi o funcionamento da suspensão VPP, passei a maior parte do tempo com ela aberta, mesmo nas subidas.
Isso porque, mesmo quando a suspensão está trabalhando, ele sempre te joga pra frente, com isso, a sensação é de que ela trabalha a seu favor mesmo na subida. Confesso que achei melhor subir com ela aberta do que com ela fechada.
Na Descida.
Aqui a bike se mostra diferenciada. É certamente a bike mais segura que já utilizei pra descer.
As rodas passam por cima de tudo, a suspensão trabalha sempre te jogando pra frente e mesmo sem pedalar a impressão que temos é que a bike aproveita qualquer obstáculo pra acelerar.
O movimento central é bem baixo, isso me causou uma pequena estranheza no início, percebi que meu pé esbarrava em mais coisas, mas basta um dia pra se acostumar com isso.
Essa característica do movimento central mais baixo deixa a bike extremamente eficiente para fazer curvas, com o centro de gravidade mais próximo ao solo, temos muito mais controle da bicicleta.
Isso associado à uma traseira curta, faz com que seja muito fácil de jogar a calda da bike e aproveitar o embalo nas saídas de curvas.
Falando assim parece que sou um ás da tocada, mas não se iludam, o cara por de trás da tela é um pau de rato, mas preciso dizer que me senti o Mr. Downhill.
Essas três características, traseira curta, movimento central muito baixo e mesa quase que inexistente, fazem da Hightower um excelente brinquedo que nos instiga a arriscar uma tocada mais agressiva.
A bike te dá condições de arriscar uma curva mais rápida, com mais peso na frente para que a traseira escorregue e te embale no final. A suspensão VPP potencializa essa embalada e podemos sentir um empurrão nas saídas de curva.
Me arrisquei até a fazer uns pequenos saltos!
Conclusão
O HighTower é, certamente uma bike que vai atender muito bem praticantes de XC e de Enduro.
Para os “Endureiros” a escolha do modelo vai depender da tocada de cada um. No meu caso, o modelo de entrada caberia perfeitamente, uma vez que, para essa modalidade o peso não faz tanta diferença e o grupo Sram GX de 11 velocidades também atende muito bem.
Já para os praticantes de XC, entendo que a melhor opção seria o modelo mais leve. Já que no XC cada grama a menos faz diferença.
Outro ponto que consideraria na escolha é que as trocas de marcha no XC são muito mais agressivas, logo, entendo que um grupo de gama mais alta atende o fator peso e confiabilidade. Tendo contudo, o inconveniente do preço mais alto.
Finalmente, só posso dizer que estamos diante de uma bike incrível, que pode ser utilizada de maneira recreativa, sendo muito divertida, instigando o piloto a aprimorar sua técnica, ou ainda, ser uma maquina de Enduro/XC e trabalhar em alta performance.
Para os aficionados por tecnologia, essa magrela vem com dois itens que vão dar muito o que falar.
A famosa suspensão Virtual Pivot Point, nas palavras da Marca.
“O Sistema VPP é baseado no princípio patenteado de colocar 2 links curtos que giram em direções opostas. Esse sistema oferece uma flexibilidade que permite usar diferentes quoeficientes de força no amortecedor, que é o quanto o amortecedor movimenta dividido pelo quanto a roda traseira movimenta. Dessa forma criamos forças diferentes nos diferentes modelos de bikes, variando das bikes de endurance com 100mm até as máquinas de vencer Campeonatos Mundiais de Downhill.
Teoria é uma coisa e colocar em prática é outra. O que diferencia a Santa Cruz Bikes é o profundo conhecimento que ganhamos ao longo dos anos, aprendendo como ajustar o VPP nas mais diferentes configurações de amortecedor, tamanho de roda e tamanho de bike criando o melhor equilibrio. Por isso não re-invetamos a roda todo ano, nós simplesmente continuamos refinando nosso ultra-premiado Sistema VPP.
Uma das grandes vantagens do VPP é que os links curtos nos permitem criar designs compactos. Ao combinar esses designs compactos com eixos de pivot de diâmetro grande, conseguimos usar rolamentos angulados o que traduz no sistema sólido, preciso, durável e eficiente que dá a fama aos quadros Santa Cruz.
Existem graxeiras (portas para engraxar) no link inferior para facilitar a manutenção, e ao facilitar a manutenção a vida útil dos links e rolamentos é garantida pra sempre! Ou pelo menos por um longo tempo. Por isso oferecemos suporte vitalício aos quadros que vendemos.”
O Flip Chip
O Flip chip é uma saída que a Santa Cruz encontrou pra tornar a geometria da bike mais adaptável.
Essa pequena mudança na posição de aperto do parafuso faz com que a geometria fique mais ou menos agressiva, mais ou menos adaptada ao tipo de roda que a bike está utilizando.
A HighTower foi concebida pra utilizar rodas 29 e 27.5+, o flip chip, é um dos itens que torna isso possível.