“No último final de semana, pedalando em uma ciclofaixa aqui em Brasília me deparei com um ciclista vindo na contramão. Ao desviar do cidadão questionei: o que você está fazendo aqui? A resposta que recebi foram xingamentos.”
Infelizmente relatos como esse ainda são muito comuns no Brasil. Diariamente vê-se ciclistas pedalando na contramão. Não só estão errados sob o ponto de vista legal mas estão também, colocando em risco, suas próprias vidas.
O que diz a lei
De acordo com o Art. 58 do Código de Trânsito Brasileiro é proibida a circulação de bicicletas na contramão. Segundo o texto, os ciclistas devem trafegar nas vias urbanas e nas rurais de pista dupla, quando não houver ciclovia, ciclofaixa, ou acostamento, ou quando não for possível a utilização destes, nos bordos da pista de rolamento, no mesmo sentido de circulação regulamentado para a via, com preferência sobre os veículos automotores.
Celso Alves Mariano, especialista e diretor do Portal do Trânsito explica: ao sair de uma garagem ou num cruzamento, os condutores por hábito, acabam verificando os veículos que vêm no sentido da via, o motorista não está esperando um veículo na contramão. Dessa forma, fica mais difícil evitar um acidente.
Motivos para não pedalar na contramão
Soma das velocidades
O primeiro fator que deve ser levado em consideração para não andar na contra-mão, é que as velocidades se somam. Se você estiver pedalando a 25km/h e um carro te acertar a 50km/h. A velocidade do impacto será de 75km/h, onde as chances de sobrevivência são praticamente nulas.
Pedestres
Os pedestres, assim como os motoristas, estão observando os veículos que estão se movimentando no sentido correto da via. Quando o ciclista se movimenta na contra-mão, as chances de uma colisão com um pedestre aumentam muito.
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Não é mais rápido
Ao contrário da crença polular, ciclistas que se integram ao fluxo normal de veículos chegam mais depressa ao destino. Quando você entra na contramão, tem que parar ou diminuir o ritmo a todo instante, enquanto integrado ao fluxo de veículos você desenvolve velocidades maiores – principalmente considerando-se a velocidade média, que é o que determina a duração do trajeto.
Não é mais seguro
A maneira mais segura de pedalar no trânsito é fazer parte dele. De acordo com estudos científicos sobre colisões, ciclistas que pedalam na mão correta têm cerca de cinco vezes menos chances de colisão, comparados aos que fazem suas próprias regras em vez de se integrar às que já valem aos demais veículos (J. Forester; Effective Cycling. Cambridge, MA, MIT Press, 1993). Segundo Bruce Mackey, diretor de segurança para Bicicletas em Nevada, 25% dos acidentes com ciclistas nos EUA resultam de ciclistas pedalando na contramão.
Em cima de uma bicicleta você é veículo, porte-se como um
Se você se comporta como um veículo, sinalizando suas intenções, respeitando mãos de direção, sinais de tráfego, faixas de pedestre e etc., os motoristas o respeitarão mais.
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