Olá pessoal, semana passada Stephen Ettinger venceu o Pan-Americano de MTB em Barbacena. Com a ajuda da BMC Brasil conseguimos uma entrevista com o MTBiker para vocês conhecerem um pouco mais sobre ele.
1 – Primeiramente, parabéns pelo título de Campeão Americano e agora Panamericano . Como você se sente tendo agora essas duas camisas ?
R: Tem sido incrível andar com a camisa do Campeão Nacional dos EUA ao longo dos últimos meses. O apoio dos fãs é incrível, e toda vez que eu coloco a camisa me lembro o quão duro eu trabalhei para conquistá-la. É realmente uma honra. Agora, ganhar o Campeonato Panamericano acrescenta outra coisa muito especial a minha carreira. Estas corridas são sempre difíceis, mas muito divertidas, e eu realmente adoro ter a oportunidade de fazer parte desses eventos e agora ser considerado o campeão.
2 – Você já tinha participado de corridas no Brasil anteriormente?
R: Esta foi a minha primeira viagem ao Brasil, e tive uma passagem fantástica! É claro que eu estou ansioso para estar de volta em 2016 para os Jogos Olímpicos ou talvez antes como turista!
3 – O que você achou da pista em Barbacena? Você poderia listar as principais dificuldades?
R: Foi realmente uma pista de alta qualidade, talvez não tão boa e rápida como algumas dos eventos da Copa do Mundo, mas quase no mesmo nível de técnico e de exigência física. Foi muito divertido para correr, apresentou terrenos variados e características que desafiaram a todos. A longa subida onde eu ataquei tinha seções rápidas e técnicas, e era seguido de um singletrack rápido na floresta. Havia muitas seções técnicas em descida, incluindo rock gardens, um conjunto de saltos duplos e outro terreno complicado para andar.
4 – Qual foi a sua estratégia durante a corrida?
R: Eu queria tentar ficar relaxado para a primeira metade da corrida e deixar outros pilotos atacando e liderando. Estas são sempre corridas nervosas no início, quando as pessoas tentam ver quem é mais forte. Eu não queria usar uma energia excessiva nesse momento. Eu queria ver o que os outros pilotos estavam trazendo para a corrida, e onde eles eram fortes e fracos. Com essa idéia em minha mente pude ver que alguns atletas estavam em dificuldade e fiz o meu ataque na subida, onde eu estava mais confortável . O tempo também estava mudando, e eu tinha a sensação de que, com chuva , seria difícil mudar de posicionamento. Eu queria estar na frente quando a chuva iniciasse porque eu tinha em mente que ninguém seria capaz de me alcançar nessas condições.
5 – Você já competiu contra os melhores pilotos brasileiros? Como você vê o MTB no Brasil?
R: Já corri contra os brasileiros na World Cup e no Campeonato Mundial ao longo dos últimos dois anos. Eles são sempre muito competitivos, e eu entrei definitivamente na corrida sabendo que estava em forma para ganhar, mas não sabia em que forma eles estariam. Tenho a impressão que neste período os sul-americanos estão na melhor forma da temporada, e nós estamos apenas começando o ano, por isso era difícil saber como seria. Os pilotos brasileiros são muito fortes e estavam melhor classificados do que eu nos rankings internacionais, o que não é fácil. Acho que tive muita sorte ao meu lado durante a corrida, o que me pareceu que alguns brasileiros não tiveram, e se isso se invertesse com certeza poderíamos ter visto um resultado diferente.
6 – Você é um membro de uma das equipes de MTB mais fortes do mundo e tem a oportunidade de trocar experiências com os melhores, como Absalon e outros. Como você vê esse trabalho em equipe ajudando a sua carreira?
R: Com certeza eu faço parte do melhor time do mundo . Tenho colegas incríveis, equipe maravilhosa e os melhores patrocinadores que qualquer um poderia pedir. Somos privilegiados por isso, e eu tenho que aprender com os pilotos que são mais velhos e mais experientes do que eu. Eu treino e passo muito tempo com eles, nós andamos juntos e falamos sobre táticas e escolha de equipamentos. Tudo isso me ajuda a ter um melhor desempenho, desde a dieta ou a pressão dos pneus, e se traduz nos resultados. Eu absolutamente não estaria onde estou sem eles, e as experiências que eu ganhei vivendo e correndo em tempo integral na Europa. Nós nos divertimos muito juntos e isso torna o ambiente agradável e ajuda a manter o esporte prazeroso.
7 – O que você pode dizer sobre o suas BMC TE01 e FS01? Quais são os destaques ?
R: Eu penso que o mais importante sobre essas duas bicicletas é que elas são resultado de anos e anos de testes e desenvolvimento de produtos. Elas são construídas pelos engenheiros mais inovadores da indústria e por isso acredito que elas são absolutamente o que há de melhor. Elas absorvem muito bem os impactos em terrenos acidentados ou em seções técnicas. Elas sobem incrivelmente bem porque são construídas com o melhor carbono, um dowtube massivo, chainstays leves e um BB muito rígido. Elas descem melhor do que qualquer bicicletas XC eu já usei por conta de sua geometria e seus chainstays curtos. São realmente incríveis e sinto que tenho as melhores ferramentas para qualquer corrida.
8 – Você foi campeão americano usando sua BMC FS01, uma Full Suspension. Como você escolhe a bicicleta que você vai usar em uma corrida ( hardtail / full )?
R: Na maioria das vezes eu monto minha BMC TE01 porque em uma corrida típica de XC você precisa de uma bicicleta rápida. Isso de forma alguma quer dizer que minha BMC FS01 não seja ágil , mas geralmente a energia economizada ao andar com uma Full Suspension não compensa peso extra. Em pistas como as do Campeonato Nacional Americano ou Roc d’ Azur há seções que são muito acidentadas e rochosas, tanto para subir quanto descer , e em pistas como essas é melhor poder ficar relaxado sobre o selim, mantendo o pneu traseiro no chão e economizando de energia. Essas são pistas que eu gosto de correr com a minha Full Supension. Pessoalmente, a BMC FS01 é a minha bicicleta favorita, gostaria de usa-la todos os dias se só tivesse uma bicicleta, mas normalmente eu guardo-a para as pistas XC mais difíceis e corridas de maratona.
9 – Quais são os seus principais objetivos nesta temporada?
R: Meu maior objetivo para a temporada é defender o Campeonato Nacional Americano de XC em julho. Além disso, quero andar no top 10 na World Cup e terminar o Campeonato Mundial no top 15. Ganhar o Panamericano era um objetivo e eu também gostaria de vencer os Campeonatos Americanos de Maratona ou Short-Track.
10 – Quais são as suas expectativas para os Jogos Olímpicos de Rio 2016 ?
R: Obviamente, eu tive uma boa viagem ao Brasil neste ano e gostaria que isso se repetisse em 2016. Neste momento eu sou o Campeão Americano, mas temos muitos jovens pilotos talentosos chegando e outros que são mais velhos do que eu e já tem experiência olímpica. As Olimpíadas ainda estão há dois anos de distância, o que é um tempo grande. Eu quero estar lá e quero ser competitivo. Eu acredito que posso estar no Top 10 nos Jogos Olímpicos em dois anos … talvez até melhor! Mas teremos de ver como as coisas vão ser de hoje até lá. É o meu maior objetivo esportivo no futuro, mas há uma série de etapas a fim de ter a certeza que eu estarei lá.
Eu não posso ficar tranqüilo e simplesmente esperar que eu vou estar nas Olimpiadas em 2016 , eu tenho que trabalhar para isso!
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