Desde maio de 2015, estou utilizando a Sapatilha de MTB Specialized S-Works Trail. E aqui vai o nosso review de longo prazo do produto.
Eu quis testar essa sapatilha por conta de uma única coisa… Uma provinha chamada Brasil Ride. Nos anos de 2013 e 2014, eu fiz o Brasil Ride com as sapatilhas S-Works XC da Specialized e elas não aguentaram o tranco. O BR é uma prova onde se empurra muito a bicicleta sobre locais com muitas pedras e as sapatilhas com solado de carbono exposto ficam completamente destruídas.
Então, meu amigo Gustavo Astolphi, da Pedal Urbano, me indicou esse modelo, a S-Works Trail. Um modelo que pesa 60g a mais do que o modelo XC, mas é muito mais reforçada. A sola também é de carbono, mas toda revestida com uma borracha dura. Toda a parte superior é reforçada e parte interna do calcanhar é elevada, para proteção.
Resultados do teste
Então, já faz oito meses que estou utilizando a sapatilha e gostei bastante! Uma das preocupações que eu tinha era com o calor. Uma vez que ela era menos ventilada do que a XC. Mas com o passar dos meses, essa preocupação foi desaparacendo. Ela não esquenta o pé e não gera desconforto. O que é importante para enfrentas as temperaturas escaldantes do Brasil Ride.
Vamos aos estragos… Até a chegada do Brasil Ride, nos primeiros 6 meses de uso da sapatilha, a sola ficou “Zero Bala”, pouquíssimos danos e eu fiquei bastante animado. O único problema que eu tive, é que em um tombo que levei, acertei uma das presilhas dela em uma pedra e o parafuso que segura o “BOA” (sistema de aperto da sapatilha) se soltou. Mas eu fiz o pedido de outra peça para a Specialized e eles me mandaram outra.
Tirando isso, a sapatilha estava zero. Fizemos treinos bastante longos, em locais de empurrar a bike, ela era mais confortável do que a XC, por conta da borracha na parte inferior e foi então que chegou o Brasil Ride.
Ela não passou ilesa a competição de MTB mais difícil do mundo.. Longe disso. Mas aguentou bem mais do que os modelos mais leves.
Enquanto o modelo XC ficou com a sola completamente destruída, a Trail só ficou destruída. Após a prova, algumas partes da borracha que reveste a sola de carbono se desgastou e deixou parte do carbono exposto. Foi até legal para entender a “anatomia” da sapatilha. Dá para ver claramente e parte de carbono debaixo da sola de borracha.
Como podem ver nas duas imagens abaixo, ela ficou bem danifica. Mas ainda está totalmente utilizável, tanto que a estou usando até hoje. Mas a borracha está bem ralada, as travas da ponta, que tem interior de alumínio estão bem gastas e a parte superior arranhada… Mas ela está viva!
Na hora de empurrar a bike, a parte elevada no calcanhar se mostra bastante útil. Em locais mais apertados, essa parte protege o calcanhar de bater em pedras, galhos e até mesmo na própria bike. E bater o “Ossinho da Miséria” é ruim demais!
Outra coisa bem pensada são os reforços na parte superior. Na “faca do pé” (parte externa), existe um reforço que foi bem vindo durante a prova. Em 2014, a minha S-Works XC rasgou exatamente nesse lugar, por conta de uma pedra. Em 2015, o reforço ficou marcado, como mostra a imagem, mas não rasgou. Se não tivesse a proteção, possivelmente isso teria acontecido.
Resumindo, um sapatilha muito bem projetada e que atende ao que ela se propõe. Uma grande pena que ela foi descontinuada pela marca, pelo menos para o ano de 2016. Mas talvez você ainda consiga acha-la em alguma loja.
http://www.specialized.com/br/pt-br/ftr/shoes/mtb-shoes