O espanhol Alejandro Valverde conquistou, neste domingo (30/9), o título de Campeão Mundial de Ciclismo de Estrada, na Áustria. Com 38 anos de idade e quase duas décadas no circuito profissional, Valverde coroa uma trajetória brilhante no ciclismo de estrada. Ele que já tinha o recorde de maior números de medalhas no campeonato mundial, com seis no total, duas de prata e quatro de bronze, porém, Alejandro Valverde, ainda não tinha uma medalha de ouro.
Nesta semana aconteceu em Innsbruck, na Áustria, o Campeonato Mundial de Ciclismo de Estrada e Contra Relógio (individual e por equipes). Evento que reúne os melhores e mais bem preparados atletas de todo o mundo em suas respectivas categorias. Neste domingo (30/9), Alejandro Valverde, conquistou no sprint final, em um grupo reduzido, a tão cobiçada camisa de arco-íris de campeão mundial de ciclismo de estrada.
No feminino a vitória ficou com Anna van der Bregger, que cruzou a linha de chegada mais de 3 minutos a frente da segunda colocada Amanda Spratt, seguida de Tatiana Guderzo que fechou o pódio na terceira posição.
Brasil no Mundial de Ciclismo
Uma grande surpresa, que merece todo nosso respeito, ficou por conta do atleta brasileiro Gabriel Rangel na categoria júnior, o jovem atleta foi para Áustria por conta própria, sem nenhum apoio da Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC), e ainda assim conseguiu ficar na 30ª colocação, fechando a prova a frente de grandes nomes.
O Percurso
Com 258 km através das montanhas austríacas e somando quase 5.000 metros no ganho de elevação, certamente este percurso foi um dos mais difíceis dos últimos anos.
Já no início da corrida um grupo com pouco mais de 10 atletas abriram fuga e chegaram a colocar quase 20 minutos no grupo principal. O pelotão seguiu tranquilo até os 100 km finais, quando a equipe austríaca assumiu a ponta do pelotão, ditando forte ritmo.
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Como tudo aconteceu?
Faltando 90 km para o fim da corrida, Peter Sagan (até então atual tricampeão mundial de ciclismo), sentiu o peso do percurso e deu adeus as suas chances de faturar seu quarto título consecutivo de campeão mundial.
Neste momento a diferença para a fuga já estava em pouco mais de 7 minutos, e as principais equipes começaram a dar as caras. Primoz Roglic (Eslovênia), um dos favoritos ao título, se envolveu em um acidente e suas chances acabaram faltando 65km para o fim da prova.
Com 55 km, faltando 2 voltas para o fim da corrida, o belga Greg Van Avermaet, acompanhado do espanhol Omar Fraile e o italiano Caruso, atacaram forte e seguiram escapados por pouco mais de 10 km até serem alcançados pelo pelotão. Estava claro que as principais equipes não deixariam nenhuma fuga vingar e a disputa iria para os quilômetros finais.
Vídeo Com os Melhores Momentos
Com 24 km para o fim, Nibali e Greg Van Avermaet sobraram do grupo principal, após o ataque de Steven Kruijswijk, que logo foi alcançado pelo grupo principal.
Faltando poucos mais de 10 km para o fim da corrida as principais equipes impuseram um ritmo alucinante e entraram na última subida do dia esfarelando o resto do grupo. Valgren seguia escapado com apenas 15 segundos de vantagem para o grupo.
No grupo perseguidor seguiram apenas Julian Alaphilippe, Bardet, Valverde, Woods e Moscon. Alaphilippe foi o primeiro a sobrar, seguido de Moscon, e logo atrás, surpreendendo a todos, Tom Dumoulin vinha buscando o grupo sozinho.
Após a duríssima subida no fim da prova, seguiram então Alejandro Valverde, Bardet e Woods, com Dumoulin não muito atrás. A 2km para o fim, Dumoulin conseguiu chegar no grupo e acredite, uma das provas mais duras da temporada, com subidas brutais, seria decidida em um sprint “clássico”.
Dumoulin respirou na roda do grupo e ensaiou um ataque, mas Valverde rapidamente percebeu a movimentação e Tom Dumoulin não seguiu com seu plano. No último quilômetro, Valverde seguia a frente do grupo e abriu o sprint final que decidiria o mais novo campeão mundial de ciclismo de estrada.
Na reta final, Valverde confirmou o favoritismo batendo a chegada, seguido de Bardet na segunda posição e Woods fechando o pódio. Dumoulin, já esgotado, não conseguiu ir para a disputa e ficou na quarta colocação. “É uma pena perder o pódio, mas dei tudo o que tinha e estava completamente sem energia”, afirmou Tom Dumoulin.
“Foi um longo sprint e eles colocaram toda a responsabilidade em mim. Quando chegamos a 300m, eu disse, essa é a minha distância. Fui a todo vapor e finalmente consegui essa vitória ”, disse Alejandro Valverde muito emocionado.