Olá galera, nossa parceira Viviane Favery Costa, vai participar de uma das competição mais maneires de MTB nos Estados Unidos.
Ela então nos fez a cortesia de contar um pouco sobre a prova e sobre a sua participação.
Texto por Viviane Favery Costa
Olá pessoal! É uma honra escrever aqui no PQP! Sou admiradora do trabalho do Henrique e super leitora do site.
Bem, quem me conhece sabe o quanto eu gosto de compartilhar as minhas descobertas, e vim aqui justamente para falar de uma: a Pisgah Stage Race, uma ultramaratona de 5 dias na Carolina do Norte – EUA, ainda pouco conhecida aqui no Brasil.
Ela está em sua 7ª edição, e é o desafio que escolhi encarar nesse ano de 2015. Aí vai um post sobre essa curiosa prova, perfeita para quem acha que técnico = diversão.
A pequena grande PSR, ou melhor, Pisgah Stage Race
Se você já ouviu falar da Pisgah Stage Race, é porque anda bem acompanhado e tem boas referências. É isso o que me parece, depois de pesquisar mais a fundo sobre essa ultramaratona.
Mais especificamente, tive o endosso de ninguém mais ninguém menos do que a Ally Stacher, atleta Specialized Lululemon que esteve na Brasil Ride em 2014 em dupla com a Rebecca Rusch, de que a Pisgah seria uma experiência imperdível.
Ally mora há 15 minutos da largada da prova, logo, as trilhas são no quintal da casa dela (e cá entre nós, isso explica porquê/como essa ciclista de estrada flutuava nas trilhas hiper técnicas da Chapada Diamantina, deixando muitos que assistiram de queixo caído).
Mas… Pisgah o que? Pisgah. Assim mesmo que se fala. Vem do nome da floresta Pisgah National Forest, no estado da Carolina do Norte, nos Estados Unidos.
A Pisgah National Forest é composta de 2.075,06 km2 de terreno montanhoso na parte sul da Appalachian Montains (mais conhecida como “The Appalachians”) – tipo as Rochosas do Leste dos EUA – dá um Google ;-)
A altitude da Pisgah National Forest chega a 1.800m, o que inclui alguns dos picos mais altos do leste dos EUA.
Claro que num lugar assim – e ainda no paraíso que é os EUA considerando organização, respeito ao próximo e à natureza – existem trilhas muito bem cuidadas, sendo um local perfeito para pedalar, caminhar, acampar, se aventurar… e é pra lá que eu vou nesse ano!!!
Pisgah é completamente diferente do que tem no Oeste dos EUA, em Utah e Colorado. Se assemelha à nossa Mantiqueira, ou à região da BC (British Columbia) no Canadá. É uma floresta densa, úmida, cheia de raízes, pedras, musgo, travessia de riachos e paisagem deslumbrante de mata.
Força nas pernas e muito treino é fundamental, mas tem que ter muito braço e estar com o core “em dia”. Vai usar o corpo inteiro, cada músculo, para passar pelas raízes, pedras, switchbacks, rios, subidas em trilhas e descidas que fazem você querer subir de novo.
Além do endosso da Ally e do meu amigo Casey que bate “carteira” todo ano na Pisgah, o que confirmou que esse era o melhor investimento que eu poderia fazer, foi quando recebi um e-mail pessoal do diretor da prova me dando boas vindas, que estava muito feliz por receber uma Brasileira.
Isso apenas comprovou o que já tinha ouvido falar: o espírito da Pisgah é de família. Os organizadores conhecem cada um dos 250 participantes e fazem questão de manter o evento o menor possível em termos de quantidade, e maior possível em termos de qualidade.
“É uma prova tão organizada quanto a BC Bike Race, mas com metade das pessoas”, me disse Todd Branham – proprietário da Blue Ridge Adventures, organizadora da PSR.
Vocês devem estar curiosos em relação aos detalhes da prova, certo? Vamos lá:
7ª Pisgah Stage Race
- De 13 a 18 de Abril de 2015
- Local: Brevard, Carolina do Norte – EUA (pegar vôo para Ashville)
- 5 etapas, 225 kilometros, mais de 6.000 metros de ascensão.
- 3/4 da kilometragem é de singletrack técnico!
- 5 percursos incríveis dentro da Pisgah National Forest
Pelos meus cálculos, para os humanos como eu, as etapas devem durar entre 3 e 5h. É possível fazer solo ou dupla e também tem uma categoria de enduro, com cronometragem em trechos específicos. Há premiação para o top 3 e camisa de líder para cada categoria.
O valor da inscrição é U$ 650, que inclui toda estrutura da prova: áreas de apoio, lanches, isotônicos, recovery drinks na chegada de cada etapa, jantar com cerimônia de premiação, happy hour com bebidas alcoólicas, festa do último dia e música ao vivo.
O que a PSR não oferece é um acampamento pronto, ou seja, o atleta tem que montar sua estrutura por conta própria (há locais de acampar ao lado da largada e transporte para os dias em que a largada é em outro lugar).
Outras opções são ficar em hotel (eles dão a dica do Sunset Hotel, aproximadamente U$65 por noite e fica há poucos minutos da arena), aluguel compartilhado de casas (aprox. U$800 por uma semana, o que dá para dividir com mais gente e pode ser um bom negócio), ou procurar hospedagem no airbnb.com ou sites semelhantes de aluguem de quartos.
Bom, por enquanto isso é tudo o que eu posso falar. Se a prova é mesmo incrível eu vou poder dizer apenas depois – e se tudo der certo, eu voltarei aqui para relatar os detalhes dessa aventura pra vocês.
Agora tenho 3 meses para me preparar o máximo possível. Minha maior preocupação é com a habilidade técnica – tenho muito o que melhorar para chegar lá e fluir nas trilhas.
O nível das atletas nos EUA (mesmo as amadoras) é outro comparando ao nosso. Elas são muito habilidosas, deixam a gente no chinelo.
Para essa aventura, a Specialized Era será indispensável. Ela é full suspension, aro 29″, super leve (10.5kg), com geometria feita especialmente para mulheres. Ela se comporta maravilhosamente bem nas subidas e me dá agilidade e controle nas descidas, permitindo ir mais rápido com segurança.
Também vou trabalhar muito o quesito força, pois Todd me garantiu que as subidas da Pisgah são piores do que as da BC – e meus amigos “BCanos” dizem que as subidas em trilha da BC são mega casca. Ou seja… fui treinar, beijo, tchau! :-)
Vídeo de uma das etapas da prova