O ciclismo deu mais um passo em direção ao futuro. A tradicionalíssima Compagnolo lançou, após 20 anos de trabalho, seus grupos eletrônicos. Isso mesmo, “grupos”, no plural.
Dois filhos robóticos
Demorou mas acabou lançando dois. A marca italiana diponibilizou para venda dois modelos eletrônico de 11 velocidades: o Super Record, que é o Top de Linha e o Record, o segundo melhor grupo da marca. Eles seguiram o mesmo conceito da Shimano, que lançou o Dura-Ace DI2 e depois o Ultegra DI2, só que a Campagnolo lançou os dois de uma vez e dois anos depois.
Eles foram batizados de EPS (Electronic Power Shift). A funcionalidade dos dois modelos são exatamente as mesmas, as diferenças são de peso e de “afinação” na mudança de marchas, assim como o grupo mecânico. No grupo Super Record (2098g), alguns componentes que são feitos de carbono foram substituídos por alumínio no grupo Record (2184g)
Como se fosse mecânico
A Campagnolo conseguiu de forma bastante eficaz (e melhor do que a Shimano) imitar quase que 100% o grupo mecânico. Inclusive o barulho que o grupo faz ao passar as marchas é muito parecido ao tradicional. Outro semelhança que a Campagnolo conseguiu transportar do grupo mecânico para o eletrônico foi a passagem de multiplas marchas. Com o grupo é possível descer três marchas de uma vez e subir cinco marchas de cada vez.
Duração da Bateria e Tecnologia a prova d`água.
Ao contrário da bateria retirável da Shimano, a da Campagnolo é fixa na bicicleta (dá para tirar, mas não é fácil), para recarregar, um cabo é conectado diretamente na bateria e na fonte de energia. De acordo com a empresa fabricante dessa forma a tecnologia a prova d’água funciona melhor.
A duração da bateria sem recarga, de acordo com a empresa, é de 1.600km e suporta 500 ciclos de carga. Ou seja, aproximadamente 800.000km antes de ter que substituir a bateria. O tempo de regarga é 1,5h de acordo com a Campagnolo.
Preço
Os grupos devem chegas as lojas em Janeiro e os preços não serão nada amigáveis. A Campagnolo nunca foi famosa por preços baixos, muito pelo contrário. O segundo grupo a linha, o Record, vai custar o mesmo que o Shimano Dura-Ace DI2 (2.800/3.000 dólares). Já o Super Record vai custar “um pouco mais”, de acordo com a empresa.
20 anos depois
O desenvolvimento do Campagnolo eletrônico começou em 1992, quando a empresa começou a realizar testes com seu grupo de 8 velocidades da época. Porém apesar de acreditar, mesmo naquela época, que os câmbios eletrônicos seriam o futuro, não existia a tecnologia suficiente, nem urgência para lançar um grupo desse tipo na década de 90.
Em 2005, o grupo estava pronto para ser lançado, foi quando um ele falhou após ficar tomando muita chuva sobre o teto de um carro de apoio de uma equipe no Giro d’Itália daquele ano. Então a Campagnolo resolveu desenvolver melhorias para a tecnologica.
Somente nos meados de 2012, 20 anos depois que ficou pronto a obra-prima italiana.