Olá pessoal, esse daqui é Diego Cagnato, um jovem fotógrafo que faz um trabalho fotográfico fantástico no ciclismo. Vejam a entrevista que fiz com o fotógrafo.
Informações pessoais
Nome: Diego Cagnato
Idade: 27
Onde Mora: Curitiba – PR
Trabalho: Fotógrafo Freelancer
Fotografia
PraQuemPedala: Quando e porque decidiu se tornar fotógrafo?
Diego: A primeira recordação que eu tenho, é da infância. Por vergonha ou timidez, eu nunca queria aparecer nas fotos, então acabava me candidatando pra tirar as fotos e tomei gosto pela coisa.
PraQuemPedala: Você tem cursos formais de fotografia ou auto-didata?
Diego: Não tenho nenhum curso formal, na verdade, a fotografia fez com que eu escolhesse o curso superior que cursei (Design Gráfico), e tive algumas aulas de fotografia na faculdade (na época, ainda aprendíamos a preparar e revelar filmes)
PraQuemPedala: Há quanto tempo trabalha com fotografia?
Diego: “extra-oficialmente” podemos dizer que fazem uns 7 anos que comprei minha primeira máquina fotográfica (uma nikon d70), de lá pra cá sempre acabei fazendo vários freelas, mas oficialmente a fotografia paga minhas contas a pouco mais de 3 anos.
PraQuemPedala: Há quanto tempo trabalha com ciclismo?
Diego: Eu já acompanho o ciclismo a bastante tempo, e muitos dos meus amigos também são apreciadores desta arte, então começar a fotografar ciclistas foi consequência… Meus primeiros registros de ciclismo são de 4 anos atrás quando fiz um “ensaio” da bicicleta de um amigo. De lá pra cá, já fotografei quase tudo relacionado a ciclismo, e agora comecei um projeto pra conhecer um pouco mais de uma área do ciclismo que até então era desconhecida pra mim : o Triathlon.
PraQuemPedala: Como se interessou pela bike?
Diego: Acho que foi algo natural, sempre gostei de design, e quando comecei a acompanhar as competições internacionais foi algo natural pra mim: todos aqueles uniformes, aquelas bikes diferentes, então, acabei conhecendo pessoas que também se interessavam pelo ciclismo e ai a “doença” foi piorando. Hoje em dia eu acabo me interessando muito mais pela parte dos “bastidores” do que pelos atletas em sí. Vasculho a internet atrás de informações sobre os equipamentos, como funcionam as equipes, o processo de logística dos circos das grandes voltas, e por ai vai…
PraQuemPedala: Quais foram os melhores trabalhos de fotografia que já fez até hoje?
Diego: Acho difícil dizer quais foram os “melhores”, isso por que cada trabalho tem uma especificidade, um objetivo quando foi feito… Focando apenas no mundo do ciclismo, alguns que me marcaram foram :
– A série de fotos da Copa Brasil de Paraciclismo, nunca havia visto um para-atleta “ao vivo”, ver a garra, força e dedicação que aqueles atletas demonstraram foi uma experiência incrível, acho que com certeza são atletas que mereciam mais atenção do público em geral…
– Gosto de todos da série “bike porn” onde faço um “ensaio sensual” das bicicletas dos meus amigos.
– O desafio Marcio May, por ter tido a chance de poder acompanhar a prova junto do próprio Marcio May (servindo de motorista pro pessoal que tava cobrindo a prova), me mostrando que quando você quer as coisas bem feitas, tem que estar junto acompanhando tudo, Foi a primeira prova de ciclismo que eu recebi para fotografar, obrigado Kirschner (http://www.kirschnerbrasil.cc/) !
PraQuemPedala: Qual tipo de situação você mais gosta de fotografar?
Diego: Eu não tenho um momento específico que eu goste de fotografar. Minha “formação” na fotografia foi fotografando bandas e shows, então acabei aprendendo a olhar não só a ação principal, mas também o que acontece em volta. Algumas das fotos que eu mais gosto não são necessariamente do momento da ação, de um sprint ou de uma chegada, mas de detalhes como um espectador extremamente exaltado, ou um detalhe de um atleta/bike. Acho que a beleza da junção da fotografia com o ciclismo está nisso, é um ambiente que tem lugar para todos os “tipos” de pessoas.
PraQuemPedala: Quais as principais dificuldades de se trabalhar como fotografia esportiva no Brasil?
Diego: Acho que basicamente poderia dividir em duas categorias: A primeira é enfrentada também por fotógrafos de outras áreas, que é a falta de reconhecimento do trabalho do fotógrafo. As pessoas as vezes não entendem que não é simplesmente ir lá e apertar um botão, tem muita coisa por trás. já ouvi “ah, mas você fica ali 1 hora, tira umas 200 fotos e dai fica de folga”, mas elas se esquecem que pra cada hora que você as vezes passa 3, 4 horas depois no escritório selecionando e editando fotos, tendo que correr atrás de lugares pra publicar e por ai vai…
A segunda categoria esbarra na organização das provas. Tenho visto algumas mudanças, mas já acompanhei provas Oficiais aqui em curitiba, onde a estrada não havia sido fechada e os atletas disputavam posições com carros passando.. No meu ver, isso espanta os espectadores, sem contar a falta de divulgação dos eventos, muitas vezes restritas apenas as pessoas que já são do “círculo” do ciclismo.. Felizmente em curitiba temos provas que estão mudando esse panorama, e espero que atraiam mais competidores e com isso mais espectadores para fortalecer o esporte.
Informações Técnicas
PraQuemPedala: Qual equipamento você utiliza na maioria das suas coberturas de bike?
Diego: Atualmente uso uma Canon Rebel T2i, e de lente uma 18-55mm 3.5/5.6 e uma 50mm 1.8
PraQuemPedala: Qual programa você costuma utilizar na finalização das fotos?
Diego: Acho que sou um dos poucos que ainda usa o photoshop pra tudo…