Quem estava esperando a merda ser jogada no ventiladoi ficou extremamente frustrado com a entrevista de Lance Armstrong. Ele confessou, sim! Mas não entregou ninguém.
“Sim, sou culpado”
O Ex-ciclista começou a entrevista dizendo “Sim, me dopei!” Quando Oprah perguntou se ele acredita que seja possível vencer tantos Tour de Frances sem se dopar, ele respondeu “não”. Ele declarou que o coquetel dele era “EPO, mas não muito, transfusão de sangue e testosterona. A testosterona eu tinha como justificar por conta do câncer de testículo.”
Ele também confirmou as alegações de Tyler Hamilton de que eles se dopavam com EPO em tendas durante as provas e que depois jogavam as seringas em latas de coca-cola e o médico as jogava fora. Ele não confirmou ter transportado drogas proibidas por fronteiras de países, mas também não disse que não era mentira.
Ele disse o seguinte: “O esquema com certeza era profissional, mas tinha falhas. Ele era grande, mas não o maior da história, como foi dito pela USADA”.
O mito não era verdade
Uma das frases que mais chamou a atenção na entrevista foi a seguinte: “Me dopei e toda a culpa foi minha. Eu era uma pessoa que superou um cêncer, tinha um casamento perfeito, filhos felizes e venci sete vezes o Tour de France, era uma história perfeita, mas era uma mentira”
A confissão para Oprah não foi para queimar todo mundo como muita gente estava imaginando, mas sim para ele se desculpar com o mundo.
Obrigando membros da equipe a se dopar
De acordo com o relatório apresentado pela USADA para justificar a punição de Armstrong, ele obrigava os seus companheiros de equipe a utilizar doping, com a ameaça de tira-los da equipe.
Lance disse para Oprah que ele nunca deu uma ordem direta para ninguém utilizar doping. “Não, isso nunca foi feito,”…”Eu era o líder e liderava por exemplo e cobrava performance, mas nunca existiu uma ordem direta para ninguém fazer isso”.
Porém, lance assumiu que ele oprimia bastante os seus companheiros de equipe para que eles atendessem as expectativas do time e que ele tinha a autoridade de tirar quem ele quisesse da equipe.
“Doping era como tomar água para a gente”
Isso foi o que declarou Lance durante a entrevista. Quando questionado pela Oprah se ele se sentia mal, ou achava que aquilo era errado, ele respondeu: “Na época não! Nós nos dopavamos assim como colocávamos água em nossas garrafas, era algo extremamente comum”.
“Na epoca eu não considerava uma trapaça, uma vez que todos se dopavam” declarou Lance. “Eu não posso afirmar que todos se dopavam com 100% de certeza, mas essa era a cultura e a maioria fazia”.
Vencer a qualquer custo
De acordo com o ciclista, essa sede de vitória a qualquer custo, que levou com que ele se dopasse o tanto que ele se dopou e tomasse todas as atitudes terríveis que ele tomou contra todos que se opuseram a ele, veio após o câncer.
“Eu peguei toda aquela vontade de vencer a doença e a determinação de sair daquela situação, o que era uma coisa boa, e joguei tudo no ciclismo, que foi uma coisa ruim”.
Processando pessoas que estavam falando a verdade
Lance Armstrong, foi duramente criticado pela entrevistadora quando abordaram essa questão. Lance processou várias pessoas que deram depoimentos afirmando que ele se dopava.
Oprah citou o exemplo de um episódio com a esposa de um ex-colega de Lance que foi processada pelo ciclista, chamada Betsy Andreau. “Eu fiz muito mal para ela e para a família dela. Me desculpei em uma conversa que tivemos por telefone, que durou 40 minutos… Mas isso não resolve o que eu fiz… Foi muito errado e eu me arrependo”.
“2009 e 2010 eu competi limpo”
Apesar dessa afirmação ir contra ao relatório da USADA, que afirmou que ele tinha se dopado em 2009, o ciclista foi categórico em dizer que não se dopou após seu retorno ao ciclismo em 2009.
“Isso me chateou muito no relatório, uma vez que eu não utilizei nada em 2009 e 2010. Isso é 100% verdade. A última vez que me dopei foi em 2005”
“Eu nunca fui pego”
“Eu, de fato, nunca fui pego em um teste, existiram testes retroativos que me pegaram. Antes de 2000 não existia teste para EPO e na época que o teste apareceu, nós fazíamos uma programação para que o EPO já tivesse saído de nosso sistema.
Ele negou ter negociado com a UCI para que um teste positivo no Tour da Suíça em 2001 não fosse divulgado.
Testes atuais e passaporte biológico
De acordo com Lance, os atuais testes antidoping e passaporte biológico são extremamente eficazes no combate ao doping.
“Nos dias de hoje não teria como fazer o que fizemos na época. Não existiam tantos testes fora de competições e nem o passaporte”
O passaporte biológico analisa o sangue do ciclista durante todo o ano e não procura por substância específicas, mas sim por variações anormais no sangue do atleta, que podem indicar a utilização de substâncias irregulares.
A repulsa dos fãs
Lance declarou que tem visto muito ódio de seus ex-fãs, que acreditavam e o apoiavam incondicionalmente. “Eu tenho visto muita raiva. Mas essas pessoas estão 100% certas, eu errei feio e vou passar o resto da minha vida tentando reconstruir a minha imagem perante essas pessoas”.
“Se eu pudesse voltar atrás, eu teria escutado a USADA”
Todo esse grande escândalo aconteceu por conta de uma prepotência de Lance Armstrong, que não quis conversar com a USADA quando ela o procurou para falar sobre a suspeita de doping.
A USADA tinha uma proposta para que ele confessasse e explicasse como acontecia tudo. Além de não dar ouvidos, ele processou a USADA.
“Se eu pudesse voltar atrás eu teria os escutado, teria aceito a proposta deles e com certeza não os teria processado”.
Segunda parte da entrevista
Hoje a noite vai passar a segunda parte da entrevista e amanhã conto para vocês.