Nesse sábado (04) faltando 2 semanas para o Brasil Ride, fomos fazer um dos últimos treinos DUROS para o Brasil Ride e não foi nada fácil.
Resolvi então compartilhar com vocês como foi esse treino para servir de referência para quem quer se preparar para esse tipo de prova.
Antes de começar a falar especificamente sobre esse treino, vale a pena lembrar que ele foi um dos últimos desse tipo, temos realizado treinos bastante longos nos últimos meses, o que é extremamente importante para preparar o corpo e principalmente a cabeça para esse tipo de prova, que na minha opinião, exige mais da mente do que do corpo.
Decidimos fazer um percurso de 125km aqui pelo Distrito Federal, saímos dos arredores da Fazenda da Taboquinha (famoso local de trilhas em BSB) e fomos em direção ao Delírio, na região da Fercal, uma das subidas mais longas da região, com cerda de 9km e descer para a “Casa de Pedra” e voltar. A volta da Casa de Pedra é dura DEMAIS!
A escolha desse treino foi feita por conta das características da altimetria, como é um “Bate e Volta” e a parte mais difícil do pedal fica exatamente no meio do percurso e a volta tem muita subida, o retorno é muito sofrido, o que é a simulação perfeita para o Brasil Ride.
Fomos em um grupo com quatro ciclistas, Eu, meu parceiro para o Brasil Ride, Weimar Pettengill e nossos parceiros de treino Marcelo Frossard e Fabrício Bezerra. Apesar de existir a possibilidade de percorrer boa parte do percurso pelo asfalto, evitamos ao máximo fazer isso. Fomos pegando tudo que é trilha que eram possíveis de se pegar.
A ida foi relativamente tranquila, com muitos trechos de estradão, até chegarmos na região do Mugy, ontem tem uma seqüência de Single Tracks ALUCINANTE e bastante técnicos. Bom para treinar um pouco de habilidade também.
Depois do Mugy, chegamos a base do Delírio. Essa subida tem uma primeira trecho que é MUITO DURO e tem 2km de subida contínua e inclinação próxima de 20% em alguns trechos.
Em seguida a esse primeiro trecho, são mais uns 7km com de uma subida menos inclinadas e alguns curtos trechos de descida. Erramos em um local e tivemos que voltar 1km. A subida chega até um local que se chama “Platô” e daí descemos para a Casa de Pedra.
A volta da Casa de Pedra é a parte mais difícil do percurso. São 2,3km de subida com inclinações próximas dos 25% e já era meio-dia, o calor tava ph#da e foi bem complicado. O alívio é que depois disso tem a descida do Delírio, que é um downhill bem maneiro.
Mas quando termina o Downhill do Delírio, os próximos 20 km são em ascensão. Não é uma subida “sem parar”, mas como podem ver na altimetria, é subida o tempo todo. Os pontos mais difíceis são a subida do “Oito e Meio” antes de sobradinho e a subida para o Itapoã.
Esse trecho todo da volta foi bem complicado, câimbras querendo aparecer, FOME. Uma vez que não levamos tanta comida assim e tivemos que parar em alguns locais para comprar alguma coisa para comer e tomar refrigerante para repor o açúcar.
O alívio é que nos últimos 10km, quando o cansaço já está bem perto do limite, tinha uma descida bem longa, que deu uma boa aliviada no sofrimento.
Depois tivemos a subida da barragem e chegamos ao final. O tempo total foi de 8h15, tempo de pedal 6h51, mais de 2.800 metros de ganho de elevação e 125km percorridos.
Foi muito sofrido, mas esse é o objetivo, quando mais tempo se fica exausto sobre a bicicleta, melhor! Porque esse é o momento que você aprende a conviver com a dor e superar essa situação ruim. Exatamente o que acontece no Brasil Ride.