A USADA apresentou hoje o ENORME documento, com todas as evidências que provam a grande conspiração de doping que envolveu Lance Armstrong.
O Dossiê que tem no total mais de 1.000 páginas, que possui além do depoimento de 26 pessoas, incluindo 15 ciclistas (ex-parceiros de Armstrong), e-mails e testes laboratoriais que comprovam o uso e a distribuição de substâncias dopantes para diversos ciclistas.
O dossiê desmontou a tese da defesa de Armstrong que o processo seria uma caça as bruxas e deu base para a decisão da USADA e WADA em não levar em consideração a regra de retroatividade de 8 anos para condenações por doping.
Ciclistas que são pegos no doping só podem sofrer penas retroativas em até 8 anos, mas nesse caso, como houve uma grande conspiração para acobertar os testes e houve inclusive o trafico de substâncias dopantes, essa regra não foi seguida e todos os títulos de Armstrong foram retirados.
1 milhão de dólares para o médico
O dossiê apresenta os extratos bancários de Lance Armstrong e de Dr. Michele Ferrari (que foi banido do esporte por envolvimento com doping) que era o médico responsável da USPS, equipe de Armstrong na época.
Além dos extratos a USADA reuniu registros financeiros de uma empresa suíça controlada por Ferrari e e-mails de confirmação entre os dois.
Os pagamentos datam desde o período antes do câncer de Armstrong, até 2006:
- 2/21/1996: $14,089.65 CREDITO SWIFT NATIONSBANK NA 1, NATIONS HEADQUA O-LANCE ARMSTRONG AC- XXXXXXX RE F. XXXXXXXX USD 13615 – LESS CO USD 14’089.65 (bank record)
- 5/9/1996: $28,582.33 CREDITO SWIFT LANCE ARMSTRONG AC/XXXXXXX ./.SPESEN/SKA US 7.32 USD 28’582.33 (bank record)
- 7/24/1996: $42,082.33 CREDITO SWIFT LANCE ARMSTRONG . LINDA WALLING/RFB/XXXXXXXX/ CABLE ADV AT NOC USD 42’082.33 (bank record)
- 5/6/2002: $75,000.00 Armstrong L. – US$ 75’000. – (Journal entry)
- 8/29/2002: $75,000.00 Armstrong L. – US$ 75’000. – (Journal entry)
- 6/5/2003: $100,000.00 Lance Armstrong US$ 100’000. – (Journal entry)
- 9/10/2003: $75,000.00 Lance Armstrong US$ 75’000. – (Journal entry)
- 10/6/2003: $300,000.00 Lance Armstrong US$ 300’000. – (Journal entry)
- 7/2/2004: $110,000.00 AVIS DE CREDIT DONNEUR D’ORDRE: /LANCE ARMSTRONG XXXXXXXXX AUSTIN TEXAS 78703 USD 110,000.00 (bank record)
- 3/29/2005: $100,000.00 Avviso di accredito D’ORDINE DI LANCE ARMSTRONG USD 100 000.00 (bank record)
- 12/31/2006: $110,000.00 Lance Armstrong US$ 110’000. – (Journal entry)
- Total $1,029,754.31
Companheiros de Armstrong também foram suspensos
Seis companheiros de equipe da Lance Armstrong tiveram seus títulos suspensos durante o período que as evidências apontam a utilização de doping. Eles também serão suspensos por mais seis meses além da perda dos títulos
A lista é a seguinte:
- Levi Leipheimer – Suspenso a partir de 1 de setembro e desqualificado entre Junho de 1999 e Julho de 2006 e entre 7 de Julho e 29 de Julho de 2007.
- Christian Vande Velde – Suspenso a partir de 9 de setembro e desqualificado entre 4 de junho de 2004 e 31 de abril de 2006.
- David Zabriskie – Suspenso a partir de 1 de setembro e desqualificado entre 31 de maio de 2004 até 31 de Julho de 2006.
- Tom Danielson – Suspenso a partir de 1 de setembro e desqualificado entre 1 de março de 2005 até 23 de setembro de 2006.
- Michael Barry – Suspenso a partir de 1 de setembro e desqualificado entre 13 de maio de 2003 até 31 de julho de 2006.
- George Hincapie – Suspenso a partir de 1 de setembro e desqualificado entre 31 de maio de 2004 até 31 de Julho de 2006.
Os procedimentos para acobertar o doping
O dossiê também detalha de forma bastante extensa a forma com que os atletas da USPS burlavam e faziam negociações para esconder testes positivos de seus atletas.
Em diversas ocasiões, dirigentes da equipe se reuniram com dirigentes da UCI e equipes médicas para negociar formas de não evidenciarem os testes positivos.
Um dos casos mais famosos foi o teste positivo de Lance em 2001, no qual a amostra B do ciclista deu positivo e o caso foi abafado. O forma com que isso aconteceu está na página 129 do dossiê.
Próximos passos
Se a UCI quiser recorrer, ela tem 21 dias para fazê-lo. Ela poderá recorrer ao CAS (Corte Arbitral o Esporte). A UCI declarou que não tem tanto interesse assim em recorrer dessa decisão. Mas vamos esperar
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