O pessoal da GCN realizou um teste com bicicletas equipadas com freios a disco para verificar se elas tem as condições de aguentas as exigentes condições de provas como Tour de France.
Para realizar o teste, eles desceram o Col du Tourmalet, uma das descidas mais longas do ciclismo.
Os freios a disco devem ser implementados no pelotão profissional definitivamente a partir de 2017. Esse anos os testes começam em competições oficiais.
Tradução do teste
1 . Superaquecimento
Uma das preocupações com os freios a disco é o superaquecimento. Se os freios forem acionados durante muito tempo, teoricamente o óleo pode ferver e o freio vai parar de funcionar.
Para realizar o teste, eles desceram pelos 18km do Tourmalet com o freio traseiro apertado durante toda a descida. O que simula a condição mais extrema possível
E nada aconteceu com o freio. No final da descida eles colocaram uma linguiça no freio para verificar a capacidade de corte do disco… A linguiça ficou levemente machucada. Depois eles colocaram a linguiça nos raios e ela se despedaçou… Ou seja. Os discos não oferecem mais risco do que os raios.
2. Subida
Como a bike pesa 500g mais do que a versão no aro. A questão é que as bikes atualmente pesam muito menos do que o limite de 6,8kg da UCI e as equipes precisam colocar lastros nas bikes para atingirem o regulamento… Ou seja, não faz muita diferença. E ainda devem ver inovações que deixarão os freios a disco mais leves.
3. Velocidade na descida
O ciclista com a bike com freio a disco largou depois de seu adversário com freios normais e o buscou com certa facilidade da descida. De acordo com eles, ambos possuem habilidades similares na descida. Logo, os freios a disco oferecem uma segurança maior nas descidas.
De acordo com eles (e eu concordo) os freios a disco já estão prontos para serem usados em grandes competições.
Meu acréscimos:
Um outro questionamento comum que existe sobre os freios a disco é referente ao sistema ter muita força de frenagem e o pneu da Speed é muito fino e isso vai fazer com que os ciclistas fiquem travando roda por ai.
Quem anda de MTB sabe que isso não irá acontecer. Por mais que o pneu de MTB seja mais largo, ele enfrenta condições de praticamente nenhuma aderência, como no cascalho solto, por exemplo. Nessa condição, é como se você estivesse pedalando sobre um monte de bolinhas de gude e mesmo assim você consegue ter o controle de não travar os freios.
Mesmo tendo um pneu mais fino, a bicicleta de estrada, por andar sempre no asfalto, tem muito mais aderência, no geral, do que a Mountain Bike e o risco de você travar a roda com facilidade é bem baixo.
Isso acontece porque a precisão do freio a disco é muito maior do que os freios no aro. Isso acontece por conta de dois fatores.
1 . Freio do disco precisam de mais força para travar.
Em média, os freios no aro precisam de 200 libras de pressão por polegada quadrada no aro para que ele trave a roda. O que dá uma margem de trabalho de 0 a 200 libras para se trabalhar.
Como o disco é pequeno e fica localizado no centro da roda. A alavanca é muito menor e a pressão necessária para que a roda trave é de cerca de 1.000 libras por polegada quadrada. Ou seja, uma área de trabalho de 0 a 1000 libras. O que é 5 vezes maior do que o freio no aro.
2 . Sistema hidráulico
Como o sistema hidráulico é isolado. Cara grama de foça que você faz na manete, vai para a pinça de freio. Diferente do freio a cabo, que a força se perde por conta da flexibilidade do cabo, de sujeira no sistema, de curvas que o cabo faz e pode ficar meio agarrado… Enfim.
Isso dá mais precisão para o sistema e uma capacidade maior de explorar essa área de trabalho de 0 a 1.000 libras possíveis antes de travar a roda.
Eu já testei bicicletas de estrada com freios a disco e a diferença é simplesmente gritante. Principalmente em descidas com curvas fechadas. Na chuva então, não dá nem para conversar. O disco fica longe da água suja do asfalto a a capacidade de frenagem é infinitamente maior, ainda mais se comparado com os aros de carbono.