Tivemos a oportunidade de realizar um teste com a nova Rock 29, a bicicleta de entrada da marca Sense Bikes, na pista de testes que fica dentro da fábrica da marca em Manaus.
Esse é o modelo mais básico da modalidade Mountain Bike da marca. Porém, de acordo com os desenvolvedores, eles quiseram fazer uma bicicleta barata, com um visual atrativo ao consumidor e uma geometria de bicicleta de competição, o que é perfeitamente possível. Mudar a geometria da bicicleta não faz com que ela custe mais caro.
Dessa forma, eles desenvolveram essa bicicleta com um longo Top Tube, com um angulação de HeadTube de 69,3º e uma triângulo traseiro bastante reduzido, com chainstays muito curtos, com 455mm. Isso faz com que a bicicleta tenha mais responsividade, ou seja, ela fica mais ágil e com retomadas melhores.O quadro é feito de Alumínio 6061, que é um dos melhores disponíveis do mercado e o acabamento das soldas é bem feito. Vimos ela sendo fabricada e eles são bem cuidadosos no processo de solta e os quadros são testados em máquinas te estresse que atendem aos padrões europeus de qualidade.
O percurso no qual fiz o teste tem aproximadamente 1km, falei sobre ele aqui. Não tinham muitas obstáculos técnicos. Tinha uma descida relativamente íngrime logo no começo, muitas curvas bem fechadas e uma subida dura e curta no final, com duas curvas “cotovelo” uma seguida da outra que tinham.
Uma coisa que eu gostei, é que essas bicicletas de entrada geralmente pesam uma tonelada e são difíceis até de manusear, dependendo da situação, a Rock pesa 13,6kg. Não é uma bike leve, mas pesa 1,5kg a menos que a maioria das concorrentes. Isso ajuda bem.
A bike tem uma pilotagem fácil. A geometria mais agressiva realmente surte efeito, ela é boa de curva e a retomada acontece de forma ágil. Como esse percurso tem MUITA curva, isso ficava bem evidente.
Esse percurso não tinha nenhum ponto que a suspensão fosse exigida de uma forma contundente. Essas suspensões de elastômero geralmente se comportam de uma forma ruim, quando precisam superar uma sequência de impactos maiores e não tive como averiguar isso. O garfo utilizado por essa bike é um Suntour XCE 30.
Os freios são hidráulicos (Shimano 396) e tem uma modulação “ok”… Para quem não está acostumado com os freios melhores, não vai sentir tanta diferença. Ele não tem a mesma precisão que os freios Shimano Deore para cima, mas cumpre sua tarefa de forma digna. O terreno estava relativamente escorregadio e os freios se comportaram bem.
Andar com um grupo de três coroas em um percurso tão travado é sempre uma tarefa meio estranha… É marcha demais para ficar passando. Como o percurso era de baixa velocidade e com muitas arrancadas, acabei deixando na coroa menor e não mudei mais. Não tive nenhum problema com passagens de marcha. O grupo tem uma relação Shimano Altus com coroas 22/32/42 e cassete 11-34 e mesmo no trecho com maior inclinação, que chega próximo aos 20%, não me faltou marchas.
A subida era bastante curta e que você passa mais na força do que na resistência, dessa forma, o peso da bike não atrapalha muito. As curvas eram fechadas, mas como eu disse anteriormente, a geometria fez um bom trabalho nesse quesito.
Então é isso! Uma bicicleta que atente os objetivos de sua proposta. É uma bike de entrada, com uma excelente geometria e componentes condizentes com a faixa de preço. A grande vantagem é que ela é consideravelmente mais barata do que as concorrentes, custando R$2.900. Com garantia de 5 anos do quadro.
Visualmente, ela vem toda “combinadinha” (rodas, selim, manoplas e pintura do quadro combinam) e isso dá um charme.